Naquela que pode ter sido a última reunião pública da comissão da Câmara que investiga o ataque ao Capitólio, no dia 6 de janeiro de 2021, os deputados aprovaram uma intimação para que o ex-presidente Donald Trump preste depoimento, em uma das principais decisões tomadas em mais de um ano de trabalho parlamentar.
— Devemos buscar o testemunho, sob juramento, do personagem central do 6 de janeiro — afirmou a deputada republicana Liz Cheney, rival de Trump e que foi derrotada nas primárias de seu estado, o Wyoming, por uma aliada do ex-presidente.
Analistas veem como pequenas as chances de que Trump compareça para prestar depoimento sob juramento. Caso não respeite a intimação, o ex-presidente pode ser acusado de desacato ao Congresso, e ser submetido a uma votação na Câmara. Caso aprovada, a moção seguiria para o Departamento de Justiça, que pode ou não abrir um processo criminal contra ele. Em julho, o estrategista político Steve Bannon foi condenado pelo mesmo crime, também por se recusar a fornecer informações à comissão. A pena será conhecida no dia 21 de outubro.
Antes da convocação, os deputados apontaram Trump como “a causa central” da invasão que deixou sete mortos e levou a mais de 800 processos contra apoiadores do republicano, em uma reunião que serviu para, de certa forma, consolidar o que foi investigado até agora.
— Nada poderia ter acontecido sem ele. Ele estava pessoalmente e substancialmente envolvido em tudo isso — disse Cheney. — As vastas evidências apresentadas até agora mostraram que a causa central do [ataque de] 6 de janeiro foi um homem, Donald Trump, seguido por muitos outros posteriormente.