O líder da Igreja Universal do Reino de Deus, bispo Edir Macedo, que endossou a candidatura de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições, pregou o "perdão" a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente eleito no último domingo (30/10), e disse que os fieis não devem ter mágoa do resultado do pleito.
“Ontem [quarta], durante nossa reunião, uma fiel gritou e disse que perdoa Lula, que fez tanto mal ao Brasil. E, sim, quantas pessoas devem estar magoadas com Lula, porque ele fez mal ao Brasil. Eu também votei contra Lula. Mas vamos colocar a cabeça no lugar. A escolha (nas eleições) da maioria, que votou em Lula. Então não podemos ficar com mágoa, temos de ter o perdão a Lula”, disse o Bispo, nesta quinta-feira (03/10), em live transmitida nas suas redes sociais.
Vale lembrar que o bispo Edir Macedo apoiou os governos de Lula e Dilma Roussef (PT). O sobrinho dele, o ex-prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella, foi ministro da Pesca de Dilma, entre 2012 e 2014. No entanto, nos últimos anos a Igreja Universal se aproximou do bolsonarismo. Um artigo publicado no site da igreja, em janeiro deste ano, chegou a dizer que cristãos não deveriam votar em políticos de esquerda.
Na live realizada nesta quinta-feira (3/11), o fundador da Universal disse que a ideia de alimentar posturas de mágoa e ressentimento faz com que muitos tenham dificuldade de perdoar. De acordo com ele, "o perdão é uma atitude pensada, raciocinada, é uma atitude racional, porque se você esperar sentir, no coração, vontade de perdoar, você não vai perdoar nunca, jamais, em tempo algum, porque o coração é indomável".
Já o sentimento de mágoa, segundo o vídeo do líder religioso, seria a manifestação de um desejo do “diabo”. “É isso que ele [diabo] quer. Ele quer acabar com os nossos relacionamentos e a nossa família. Por isso que o diabo fica alimentando essas brigas por política. Vamos nos livrar disso e tocar a vida. Bola para frente”, completou.
No vídeo, Edir Macedo também disse que a igreja em que comanda não depende de políticos para funcionar. “Não dependo de ninguém, só de Deus”, pontuou.