30/11/2022 às 07h32min - Atualizada em 30/11/2022 às 07h32min

Filho do ex-governador Sérgio Cabral conversava com criminoso: "maior honra"

José Eduardo Cabral ganhava até R$ 1,5 milhão ao mês com fraude em venda ilegal de cigarros, segundo a Polícia Federal

Mariana Albuquerque*
CorreioBraziliense
(crédito: Reprodução)


José Eduardo Cabral, filho do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, é acusado de fazer parte de uma organização criminosa que faturava com sonegação de impostos e com a venda ilegal de cigarros. Em mensagens para Adilson Oliveira, o Adilsinho, primo do presidente de honra da escola de samba Grande Rio e chefe da organização, José Eduardo Cabral fala que o chefe "ganhou um fã e um soldado de verdade".

O filho do ex-governador foi preso na manhã da última quarta-feira (23/11), em uma operação da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF).

Segundo a investigação do caso, a organização causou um prejuízo de R$ 2 bilhões para a União. "O grupo econômico que suporta a organização criminosa investigada é devedor contumaz da União e possui débito tributário de, aproximadamente, R$ 2 bilhões, segundo informado pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional", diz a PF.

Entre os ativos apreendidos estão imóveis, veículos de luxo, criptomoedas, dinheiro em espécie e valores depositados em contas bancárias, entre outros. Ao menos 300 policiais federais participam da operação. Por meio de informações obtidas pela TV Globo, José Eduardo Cabral era o gerente da quadrilha e chegava a ganhar R$ 1,5 milhão por mês.

Em outra mensagem para o comandante do esquema, o filho do político afirma: “Você é sujeito homem na essência da palavra. Do mesmo jeito que eu aprendi. Maior honra estar convivendo com você”.

A investigação da Polícia Federal, atestou que Cabral filho fazia pagamentos, emitia notas fiscais falsas, determinava que seguranças extorquissem dinheiro e ameaçassem comerciantes, ocultava e dissimulava valores, além de enviar dinheiro ao exterior.

A defesa de Zé alega inocência e diz que ainda será provada. Enquanto o advogado de Adilson Oliveira informou que ele sempre atuou licitamente na distribuição de cigarros de comercialização autorizada pela Anvisa e que é inverídica a sua vinculação com qualquer organização criminosa e venda de cigarros contrabandeados.


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