06/12/2022 às 03h54min - Atualizada em 06/12/2022 às 03h54min

Veja os planos do Governo do DF para a mobilidade urbana nos próximos 4 anos

Revisão do Plano Diretor de Transporte Urbano e aumento da frota de ônibus e de trens do Metrô estão entre os projetos

​Rodoviária do Plano Piloto DIVULGAÇÃO/GDF

O aumento em 20% da frota de ônibus e do número de trens da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) de 32 para 40 estão entre os planos do Governo do Distrito Federal (GDF) para o transporte coletivo de passageiros nos próximos quatro anos.

De acordo com o secretário de Transporte e Mobilidade Urbana do DF, Valter Casimiro, a meta é oferecer as condições para que o brasiliense troque o carro pelo transporte público.
 
O secretário conversou com a imprensa sobre os projetos e os desafios que o Governo do DF vai enfrentar na mobilidade urbana na próxima gestão do governador Ibaneis Rocha (MDB). No caso do Metrô, também está nos planos a construção de novas estações em Ceilândia, Samambaia e Asa Norte, além da construção e a ampliação de terminais rodoviários e paradas cobertas em todas as regiões administrativas. Também está no plano a implementação dos estacionamentos rotativos na área central de Brasília.

Outra meta do Executivo local é revisar o Plano Diretor de Transporte Urbano e Mobilidade do Distrito Federal (PDTU). O plano é a modernizar a lei sobre a gestão do transporte urbano na capital, que é considerada desatualizada.

A modernização do texto vem após 10 anos da criação do Comitê de Revisão do PDTU. De acordo com Valter Casimiro, o texto atualizado deve ficar pronto até o fim de 2023. A mudança da cultura brasiliense do veículo individual para o transporte coletivo de passageiros é uma necessidade há muito destacada por especialistas em mobilidade.

Quatro Eixos
O secretário dividiu os projetos em quatro eixos, transporte público e equipamentos, infraestrutura para toda a mobilidade do DF, mobilidade ativa e parcerias – que inclui a concessão para exploração da Rodoviária do Plano Piloto. A primeira parte é a que trará a renovação da frota e a construção dos terminais e paradas cobertas.

Entre os terminais previstos para a próxima gestão estão o de integração entre Planaltina e Sobradinho, o terminal de integração da Asa Norte, a ampliação do terminal de Santa Maria, e a criação de novos terminais em Arapoanga, Estrutural, Arniqueira, Vicente Pires, Candangolândia e Jardim Botânico, além da conclusão das obras do Itapoã, Sol Nascente, Varjão, bem como o término da reforma do terminal do Gama.

A Secretaria de Mobilidade também discute com o Ministério do Desenvolvimento Regional para que o governo federal passe a participar do pagamento da chamada tarifa técnica, um subsídio do Executivo local para financiar uma parte do pagamento das passagens de ônibus. E na parte de mobilidade ativa, a meta é construir mais 130 quilômetros de ciclovias e interligar as que já existem.

A criação de novas linhas exclusivas para ônibus e a ampliação dos BRTs também estão na fila de projetos do governo. “O BRT Norte tem que sair logo. O governador já determinou. Há, também, o complemento do BRT Sul, ligando a estação do Park Way até a Asa Sul. Tem o BRT Sudoeste, que pega Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo 1 e 2 e Candangolândia, onde vai integrar com o BRT Sul. Temos que diminuir o tempo de permanência do passageiro no transporte público e fazer integração com o Metrô para aumentar a oferta”, afirmou.

PDTU deficitário
O especialista em mobilidade e professor da Universidade de Brasília (UnB) Paulo César Marques destaca que dos projetos que o governo pretende tirar do papel nos próximos quatro anos, o maior desafio é o PDTU, que já passou por várias gestões sem revisão e sofreu mais um atraso por conta da pandemia de Covid-19. “O plano atual é insuficiente para o DF. É atrasado”, explica.

“O DF vem experimentando saturação das vias, aumento da frota, risco de ficar como São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ) e isso nunca foi revisto. Continuamos extremamente dependentes do carro. E tem efeitos ainda mais graves em relação aos desafios climáticos. É preciso rever a matriz energética e a mobilidade é um setor importante na emissão de gases do efeito estufa”, alerta.

A coordenadora da Organização Não Governamental (ONG) Rodas da Paz, Renata Aragão, sugere um complemento aos planos do governo. Ela destaca a importância da redução da velocidade média das vias dentro das cidades, que torna o trânsito mais seguro para pedestres e ciclistas. “A velocidade é causadora dos agravos dos acidentes, das mortes e dos ferimentos graves. Estatisticamente, a velocidade é a grande vilã”, destaca.
Renata elogia o projeto de ampliação das ciclovias e também pede que a verba dos estacionamentos rotativos seja toda destinada para a mobilidade urbana e maior esclarecimento de como vai funcionar à população. “A cobrança do estacionamento é ligada a uma melhoria do transporte público. Mas é uma mudança que não é bem informada. Não há campanha de esclarecimento para que as pessoas compreendam ou aceitem”, apontou.


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