15/12/2022 às 07h20min - Atualizada em 15/12/2022 às 07h20min

Mourão deseja força a manifestantes, critica PT e se coloca à disposição

Em artigo de jornal, vice-presidente e futuro senador se ofereceu para ser voz do grupo no Congresso Nacional e afirmou que futuro governo quer promover gastança

O Tempo Brasília
Hamilton Mourão afirmou que manifestações são legítimas e se colocou à disposição como voz no Congresso — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Publicado em 14 de dezembro de 2022 | 09h42 - Atualizado em 14 de dezembro de 2022 | 12h47
 
O vice-presidente da República Hamilton Mourão afirmou, em artigo publicado no jornal "Folha de S.Paulo", que o resultado das eleições de 2022 ampliou o sentimento de injustiça e indignação de uma parcela da população e que órgãos do Judiciário extrapolam suas funções. Além disso, ele criticou a política econômica dos petistas e desejou força aos manifestantes que, em portas de quartéis, protestam contra o resultado das eleições. O vice-presidente afirmou que manifestações pacíficas não são antidemocráticas. Uma pequena parte desses apoiadores colocou fogo em carros e ônibus, destruiu estruturas públicas e tentou invadir a sede da Polícia Federal na noite de segunda-feira (12). Mourão não menciona esses episódios.
 
Em seu artigo, Mourão afirma que "críticas à atuação de magistrados, às instituições judiciárias e à confiabilidade das urnas eletrônicas, assim como manifestações populares pacíficas e ordeiras que contrariem esses agentes e instituições públicos, ainda que devidamente amparadas pela Constituição Federal de 1988, passaram a ser consideradas criminosas e antidemocráticas, com direito a prisões arbitrárias, multas descabidas, cerceamento de liberdades individuais, quebra de sigilos bancário e telemático, operações de busca e apreensão, bloqueios de contas bancárias e de perfis em mídias sociais, censura prévia e remoção de conteúdos na internet.
 
Para Mourão, a balança da Justiça está desequilibrada quando o assunto é política e eleições. "Direitos e garantias fundamentais, como o de livre manifestação do pensamento, a liberdade de informação jornalística e a vedação a toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística, parecem ter sido esquecidos ou apagados da Carta Magna", afirmou o vice-presidente.
 
 
"O que seria mais antidemocrático do que o desrespeito ao disposto na Constituição federal por um poder que em alguns momentos se coloca como Poder Supremo? Ou punir o cidadão brasileiro pelo exercício ativo de seus direitos políticos?", indaga ele no artigo.
 
Daí em diante, ele passa a discorrer sobre os governos petistas, dizendo que o partido comandou o país por 14 anos "e não deu certo, tendo afogado a Nação num mar de gastança e de corrupção".
 
"Quando analisamos o resultado da gastança petista, vemos que não houve retorno compatível, porque a incompetência, a má gestão e a corrupção foram a tônica. Como forma de buscar conter esse processo, o governo de Michel Temer criou a regra do Teto de Gastos Públicos, mesmo que já tivéssemos a Regra de Ouro e a Lei de Responsabilidade Fiscal,", afirma o futuro senador.
 
Mourão diz que as primeiras discussões no futuro governo, encampada por parte do Congresso, indica o retorno da expansão fiscal sem limites. Para ele, o resultado será prejuízo para a população.
 
"Novamente, teremos mais inflação, juros elevados, menos crescimento e desvalorização da moeda. A saúde de uma economia apoia-se em duas colunas mestras: o equilíbrio fiscal e o aumento da produtividade. Essa é a única forma para que se ingresse num ciclo virtuoso de desenvolvimento sustentável capaz de gerar emprego e renda para a população", diz o vice-presidente.
 
Mourão volta ao tema das manifestações no final do artigo, dizendo que a pressão por voto impresso e auditável é legitima. "Minha mensagem aos manifestantes é que para se apropriarem desta força, coragem e resiliência que provaram ter para permanecerem altivos, de cabeça erguida, firmes em suas convicções, unidos e diuturnamente vigilantes da nova condução que o país terá, das promessas e dos atos que virão."
 
O vice-presidente defendeu que os manifestantes usem instrumentos constitucionais e que "jamais se esqueçam que soberano é o povo". "Usem os seus representantes eleitos no Congresso Nacional, com eu, que estarei no Senado Federal, para não pagar a chama da direita, que no passado recente não conseguia fazer uma oposição popular forte e consistente".


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