O encerramento do 1º Fórum de Discussão sobre “Políticas Voltadas às Mulheres”, na Câmara Legislativa do DF (CLDF), nesta quarta-feira (7), foi mais uma oportunidade que as mulheres tiveram para obter informações sobre seus direitos. A Procuradora Especial da Mulher, deputada Celina Leão (PPS), defendeu que o debate e amostragem de situações por meio de especialistas que palestraram, trouxeram informações essenciais para que a mulher cresça e possa viver uma vida sem medo e em sociedade, sem preconceito.
O segundo Painel foi aberto com a conferência do médico Paulo Guimarães, especialista em ginecologista, obstetrícia e endoscopia ginecológica, membro da Sociedade Brasileira de Mastologia e membro titular da Sociedade Brasileira de Histeroscopia. O médico falou sobre “Sexualidade, mitos, múltiplas faces da virgindade e o controle do câncer no colo do útero/HPV”.
“O Fórum foi um encontro de várias pessoas com grandes expertises na abordagem da violência contra a mulher. Vemos que a problemática da violência envolve questões políticas, de segurança, jurídicas, médicas e psicológicas. O fórum trouxe um despertar para que possamos entender as multifacetas da vítima mulher, frente à violência institucionalizada na cultura atual”, avaliou Paulo Guimarães. E cumprimentou a Procuradoria Especial da Mulher de criar este primeiro insite, esse primeiro gatilho de discussão. “Sei que este é o primeiro passo para medidas concretas que virão para agregar outras instituições tanto a nível local quanto federal, em benefício na prevenção e na proteção da mulher vitimizada”, completou.
A psicóloga comportamental Andrea Chaves, tratou da “A autoestima feminina: autora ou coadjuvante de sua história”. A psicóloga é especialista em Terapia Focada na Solução Terapia de Casal, Aconselhamento Psicológico, Manejo Terapêutico de Pessoas com Deficiência e Emergências Psicológicas, e além de proferir uma curta palestra, promoveu uma terapia de grupo com os participantes.
A advogada Lúcia Bessa, Coordenadora dos Movimentos Sociais da União Brasileira da Mulher, Presidente da Comissão de Combate a Violência Familiar da OAB-DF, discorreu sobre ‘Políticas Públicas governamentais para a mulher’. “Esse momento, com a realização desse Fórum, já era esperado por toda a população de Brasília, em especial, para todas as mulheres do Distrito Federal. Digo que esse encontro veio ao encontro dos anseios e dos desejos da mulher em discutir todos esses problemas que afetam a mulher do DF, e que carecem do Poder Público e do legislador uma postura séria, responsável, de dizer que nós não aceitamos mais qualquer tipo de violência. O poder público e a CLDF, como a Casa do povo, que tomem para si essa responsabilidade de auxiliar essa mulher, para que ela saia desse ciclo de violência e dê um novo significado à sua vida”, disse ela, afirmando que espera que esse encontro seja o início de outros e de uma postura da Procuradoria Especial da Mulher da CLDF, mais séria e mais comprometida.
A advogada Cristina Alves Tubino, mestre e pós-graduada em Direito Penal, e Presidente da a Comissão da Mulher Advogada da OAB-DF tratou de tema ‘O trabalho interdisciplinar com mulheres da Melhor idade em situação de violência doméstica e familiar’. “Este fórum foi de absoluta importância, sobretudo quando se fala a respeito de políticas destinadas à mulher e direitos. No tema que abordei, na questão do combate à violência contra a mulher, é importante enfatizar os direitos, as leis que abarcam a mulher e os direitos dela, porque começamos a conscientizar a mulher e fazer com que ela seja participante ativa da sociedade”, sublinhou.
Cristina Tubino ressaltou, ainda, que a mulher fica mais fragilizada na Melhor Idade. “A mulher vítima de violência ela é ainda mais frágil, muitas vezes, quando ela já ultrapassou os 60 anos, ela fica mais dependente da família, tem algum problema de saúde, quando ela tem menos meios para se defender, tem uma dependência econômica e acaba sendo alvo maior de violência. Daí, já não é mais do companheiro, mas dos filhos, noras, genros e até dos cuidadores. É uma situação muito grave, porque são números que não chegam às autoridades e a público, porque eles não vão contar isso porque não tem como fazê-lo. Imagine um idoso que seja portador de Alzheimer, esteja em uma cadeira de rodas e seja vítima de violência. Ele não vai contar porque não tem meios”, avalia a advogada.