A previsão de aumento no preço dos combustíveis a partir do ano que vem acendeu o sinal de alerta para donos de postos. Segundo mensagem divulgada pelo Sindicombustíveis-DF entre os associados, há previsão de uma grande demanda até o fim desta semana e a sugestão é que os estoques sejam reforçados.
O texto enviado pelo presidente da entidade, Paulo Tavares, lembra que a procura deve ocorrer “em função do possível aumento de impostos a partir de 01 de janeiro de 2023”.
Diante disso, ele diz ainda que “a concentração de pedidos na última semana do ano irá gerar um gargalo de abastecimento e ressuprimento no mercado”. Como consequência, a capacidade de estocagem, transferência e ressuprimento não devem aumentar na mesma proporção de pedidos.
Desta forma, Tavares pede para que os donos de postos aumentem o estoque já a partir desta quarta-feira (28/12). “Caso haja aumento de demanda na última semana, faremos cortes baseados no histórico de compras de forma a atender o máximo de clientes e não desabastecer o mercado”.
Volta de imposto deve fazer gasolina subir R$ 0,69 nos postos
Após cinco semanas seguidas de queda, a partir de 1º de janeiro de 2023, o preço do litro da gasolina vai subir, pelo menos, R$ 0,69 no Distrito Federal.
Para forçar a redução dos preços, o governo de Jair Bolsonaro (PL) sancionou as leis complementares 192 e 194. Ambas zeraram os impostos federais sobre os combustíveis. Mas ambas deixam de valer ao final de 31 de dezembro.
De acordo com o presidente do Sindicombustíveis-DF e vice-presidente da Fecombustíveis, Paulo Tavares, o aumento do produto será automático. Pelos cálculos da entidade, no caso da gasolina, o retorno das taxas de PIS, Cofins e Cide causará o impacto direto de R$ 0,69 no DF.
Diesel e etanol voltam a sofrer a pressão de PIS e Cofins. Os produtos terão aumentos de R$ 0,33 e R$ 0,26, respectivamente.
O sindicato diz ainda que a forma e tempo para o aumento ainda são incógnitas. “Em tese, o posto de combustível é obrigado a aplicar no primeiro dia”, disse Tavares. A distribuidora é o órgão de origem para recolhimento de impostos. Mas operam com cotas trimestrais. Ou seja, os estoques do último trimestre de 2022 estão perto do fim.
Na teoria, o aumento começa pelas distribuidoras, mas o sindicato não sabe como será repassado. Para o setor é uma situação “sui generis“. “Nós somos contra a volta dos impostos. Mas esse filho não é nosso. Foi um momento político de eleição. E essa bronca tem data e hora para terminar”, afirmou Tavares.