Na sua primeira disputa eletiva para o cargo de Governador do DF, Ibaneis Rocha venceu Rodrigo Rollemberg (PSB) no segundo turno, naquele tempo o candidato Petista era Júlio Miragaya. Nesse pleito de 2018, não ocorreu um conflito direto, nem mesmo indireto, entre Ibaneis (MDB) contra o Partido dos Trabalhadores, pois Miragaya não apresentou pujança eleitoral para seguir na disputa.
Em 2022, um dos adversários de Ibaneis era Leandro Grass, candidato do PV com apoio do PT em razão da federão que os unia. Grass, então Deputado Distrital, obteve o melhor desempenho entre os opositores do atual Governador, assim mesmo Ibaneis alcançou uma vitória relativamente tranquila em sua campanha de reeleição e sem percalços foi reeleito em 1º turno, e mais uma vez com uma protocolar ausência de conflitos, pelo menos significativo, com os Petistas.
O candidato do Governador à presidência da Câmara Legislativa é Wellington Luiz, também do MDB, que fez uma composição importante com os Petistas, assim ele assumiu a presidência da CLDF tendo Ricardo Vale (PT) como seu Vice-presidente, o que atesta a boa articulação dos partidos em nível local, com as bênçãos de Ibaneis.
Já na esfera federal, o MDB, de Simone Tebet e Renan Calheiros, compõe a base de sustentação do Governo Lula e respondem por três ministérios. Reeditando uma histórica relação entre os dois partidos.
Recentemente a bancada petista da Câmara Legislativa se reuniu com o Governador para requerer segurança nas questões afetas à posse de Lula, em 1º de janeiro. Neste encontro, marcado pela cordialidade e boa relação, os Petistas já viam o apoio de Ibaneis à Bolsonaro como página virada, pois diferente de Tarcísio de Freitas, Damares e Mourão, o sucesso eleitoral do chefe do executivo local não estava atrelado ao ex-presidente, foi uma conquista com méritos do governador e sua articulação. O próprio Ibaneis já havia dito que não era um Bolsonarista raiz, termo que ele havia usado antes mesmo do Governador de São Paulo. Além disso, Ibaneis recebeu pessoalmente, a primeira-dama Janja e o Vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, para tratativas referentes a cerimônia de posse presidencial.
Após as ações inconsequentes dos apologistas ao Bolsonarismo, que resultaram em acampamentos na frente de QGs no Brasil todo e do vandalismo generalizado que fizeram no centro de Brasília, além da tentativa de ataque terrorista, também no DF, houve uma aproximação inevitável entre o Governador e a equipe de Lula – os ministros Flávio Dino e José Múcio, para cuidar das questões afetas a segurança pública no DF, no tocante a posse de Lula.
É obvio que a base de sustentação política de Ibaneis foi adepta em massa ao Bolsonarismo,, a Vice-governadora Celina Leão é um símbolo disso, e a elite da cúpula do executivo e seu secretariado foram majoritariamente apoiadores declarados de Bolsonaro.
Entretanto, Ibaneis já transcendeu esse conflito bipolar extremista, compreendeu seu tamanho e tem o conforto de ter um segundo mandato a ser cumprido sem a necessidade de optar por um lado da dicotomia entre esquerda e direita.
O Governador Ibaneis Rocha já emitiu sinais de colaboração para estar de acordo com as balizas civilizatórias de governabilidade junto a nova equipe federal e, ao mesmo tempo, recebeu um feedback mais que positivo do novo governo Lulista.
Considerando a capacidade de articulação e a desenvoltura que Ibaneis vem demostrando no comando do GDF, e sem as indevidas interferências de inoportunos “articuladores”, o chefe do Buriti em breve estará em diálogo franco e direto com o chefe do Planalto. E, torno a registrar, que não me espantaria em ver petistas compondo equipe no Governo Local.