A disputa da próxima eleição para a presidência do Senado se acirrou entre as candidaturas do senador Rogério Marinho (PL-RN) e do atual presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Para garantir o cargo, são necessários os votos de ao menos 41 senadores.
Candidatura de Pacheco
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, montou um bloco com PSD, MDB e União Brasil para disputar a reeleição.
Somados, o grupo tem 35 senadores, seis a menos que o número necessário para ser eleito. O bloco deve ser formalizado no dia 1º de fevereiro, mesma data da eleição.
A informação foi confirmada pelo senador Renan Calheiros. “Já há uma decisão tomada desses partidos de montar esse bloco, que poderá ainda ser ampliado com outros partidos que têm demonstrado interesse em integrá-lo”, disse Renan à .
Na última quinta-feira, o PT também anunciou apoio a Pacheco, mas ainda não há definição sobre participar formalmente do bloco.
Para Renan Calheiros, Pacheco deve ser reeleito sem sobressaltos. “A expectativa é de que ele (Pacheco) tenha mais de 50 votos, podendo chegar a 55”, disse.
Candidatura de Marinho
O Partido Liberal anunciou, na manhã deste sábado (28), a formação de um bloco parlamentar de apoio à candidatura do senador eleito Rogério Marinho (PL-RN) à presidência do Senado.
Conforme antecipado pelo analista de política da CNN Caio Junqueira na quarta-feira (25), PP e Republicanos apoiarão Marinho na disputa.
Somados, os partidos reúnem 23 senadores. Para ser eleito, Marinho precisa de 41 votos.
Em conversa com a CNN no dia 17 de janeiro, Marinho sinalizou que a linha de sua campanha é apostar na eventual falta de condições de Pacheco de liderar o Senado frente ao fortalecimento do Judiciário.
“Houve invasão de prerrogativas por parte do Judiciário. Hoje você vê alinhamento do Judiciário com o governo Federal e a vitória do Pacheco manterá isso”, afirmou.
Nos cálculos do Partido Liberal (PL), hoje Pacheco conta com 34 votos e Marinho tem 31. Portanto, existem 16 votos a serem conquistados.
Interlocutores de Pacheco apontam que a candidatura de Marinho representa o fortalecimento do bolsonarismo e acusam apoiadores do adversários de promoverem uma guerra digital contra o atual presidente do Senado.
A eleição para a presidência do Senado
A definição dos cargos da Mesa Diretora do Senado Federal se dá na seguinte ordem: primeiro é eleito o presidente da Casa; na sequência, vice-presidentes; então secretários; e, por fim, suplentes.
Qualquer senador pode se candidatar à presidência — sem necessidade de indicação por sigla ou bloco parlamentar. As candidaturas avulsas, porém, não costumam receber quantidade significativa de votos, já que não são articuladas com acordos partidários.
Todos os parlamentares têm direito ao voto nas disputas, em votação secreta e por meio de cédulas impressas. Para conquistar o cargo, o senador deve receber a maioria dos votos.
Tradicionalmente as eleições para a Mesa seguiam o critério de proporcionalidade. Portanto, o partido com mais parlamentares costumava indicar o presidente. Desde o fim da ditadura, o MDB, que manteve por anos a maior bancada do Senado, praticamente monopolizou as eleições pela presidência.
Em 2019, no entanto, Davi Alcolumbre rompeu a tradição ao se eleger presidente. Seu partido, o DEM (hoje União Brasil, após fusão com o PSL), tinha a quinta maior bancada da Casa. Desde então os acordos partidários têm se sobreposto à proporcionalidade para a distribuição dos cargos.
Foi assim também que Rodrigo Pacheco, atual presidente da Casa, se elegeu, à época filiado ao DEM.