Goleira da Seleção de futsal desabafa: “Estamos em segundo plano”

Jozi, uma das maiores goleiras da história da Seleção Brasileira de futsal, desabafou sobre as desigualdades entre homens e mulheres nos esportes.

“É muito comum no esporte ver a não valorização das capacidades da mulher. O futsal feminino, nesse sentido, é um espelho da sociedade em geral. Nós, atletas femininas sempre estamos em segundo plano, à espera de igualdade nas oportunidades”, disse.

“São muitas as situações de discriminação dentro do mesmo esporte relacionadas ao gênero”, completou.
 
Mundial
A goleira, que está há mais de 13 anos na Espanha, defendendo as cores do Pescados Rubén Burela, ainda tem esperanças de disputar um Mundial, que foi recentemente oficializado pela Fifa, mas, aos 40 anos e com a competição ainda sem data marcada, vê alguns empecilhos pela frente.

“Seria realmente mágico, mas no meu caso, o fator tempo é muito importante. Não temos data para a realização do primeiro Mundial FIFA, é difícil projetar se ainda estarei atuando. Evidentemente se tudo isso ocorrer ‘a tempo’, sem dúvida eu trabalharia forte para ser uma das opções no gol do Brasil”, disse a goleira sobre disputar o Mundial.

A goleira, que ganhou cinco Mundiais não oficiais, foi uma das atletas da Associação de Jogadores e Jogadoras de Futebol de Salão (AJFSF) a bater de frente com a FIFA para a criação do Mundial Feminino.

Vida pós-futsal
Com 40 anos, é natural que Jozi comece a pensar na vida fora do esporte que lhe deu a vida. E a goleira já vem tendo a transição para o mundo extra-quadra.

 “A transição está acontecendo pouco a pouco, minha atividade principal ainda é o futsal e no Burela a exigência é muito alta, com praticamente duas sessões diárias todos os dias da semana. Mas, estou vivendo experiências muito gratificantes no extra-quadra com a equipe que estou trabalhando. É uma equipe juvenil, o trabalho tem como foco a educação emocional no esporte e preparação para as exigências do alto rendimento”, explicou.

A goleira é formada em psicologia, estudando no Brasil e na Espanha, com diploma concedido pela Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP). Através de um convênio entre as universidades, fez os estágios obrigatórios no país europeu.