O governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), pediu que o Supremo Tribunal Federal (STF) autorize a restituição dos aparelhos celulares dele, entregues à Polícia Federal voluntariamente, no âmbito das investigações dos atos de 8 de janeiro, que levaram à depredação dos prédios dos Três Poderes.
Os advogados de Ibaneis, Cleber Lopes e Alberto Toron, argumentaram que a devolução já foi solicitada pela Polícia Federal e que, “levando-se em consideração o tempo decorrido desde a apreensão dos aparelhos de telefone, é razoável concluir que a extração dos dados já foi realizada, sendo provável, inclusive, que os trabalhos periciais tenham sido concluídos”.
Além dos aparelhos, os advogados pedem os laudos periciais produzidos após a análise dos dados extraídos dos aparelhos apreendidos.
O celular de Ibaneis foi entregue à PF em 23 de janeiro. Segundo os advogados, a entrega teve por finalidade garantir o cumprimento integral da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Durante operação de busca e apreensão, realizada na casa do governador afastado, ele estava fora de Brasília, mas a defesa fez questão que o telefone dele fosse entregue à PF.
Investigações
As ordens de investigação da PF partiram do ministro Alexandre de Moraes. Na tarde dessa sexta-feira (20/1), a corporação cumpriu mandados de busca e apreensão em três endereços relacionados a Ibaneis e na casa de Fernando de Sousa Oliveira, secretário-executivo de Segurança Pública do Distrito Federal no dia em que terroristas invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o STF e o Palácio do Planalto.
O pedido dos mandados veio do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos da Procuradoria-Geral da República (PGR). Em nota, a instituição informou que o objetivo da operação era buscar provas, a fim de instruir o inquérito instaurado para apurar condutas de autoridades públicas que teriam se omitido na obrigação de impedir os atos violentos registrados em 8 de janeiro, em Brasília.
Ibaneis se manifestou dizendo que a operação mostrará a “completa inocência em relação aos lamentáveis fatos do último dia 8 de janeiro”. Ele também argumentou que as ações da PF ocorreram, inclusive, no escritório do qual estava licenciado havia mais de quatro anos.