O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou, nesta quinta-feira (9/2), a devolução dos dois celulares do governador afastado Ibaneis Rocha (MDB).
Em 20 de janeiro, a Polícia Federal fez busca e apreensão em endereços ligados a Ibaneis, incluindo a mansão onde ele mora, no Lago Sul. O emedebista não estava em casa quando a operação foi deflagrada. Três dias depois, a defesa entregou dois celulares de Ibaneis aos investigadores.
O relatório da PF sobre os celulares de Ibaneis, ao qual o Metrópoles teve acesso, aponta que o emedebista não foi conivente com as invasões das sedes dos Três Poderes e manteve contato durante o dia 8 de janeiro com autoridades locais e federais.
A PF conclui que, “pela análise da mídia disponível, considerando todo exposto, de forma cronológica, a investigação não revelou atos do governador Ibaneis em mudar planejamento, desfazer ordens de autoridades das forças de segurança, omitir informações a autoridades superiores do governo federal ou mesmo de impedir a repressão do avanço dos manifestantes durante os atos de vandalismo e invasão.”
Afastamento
Alexandre de Moraes afastou Ibaneis do cargo de governador em 8 de janeiro, horas após a invasão e depredação do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e STF.
À época da decisão, Moraes afirmou que “absolutamente nada justifica a omissão e conivência do secretário de Segurança Pública e do governador do Distrito Federal com criminosos que, previamente, anunciaram que praticariam atos violentos contra os Poderes constituídos”.
Ibaneis prestou depoimento à Polícia Federal, espontaneamente, em 13 de janeiro. O emedebista declarou que ficou “absolutamente surpreendido” com a falta da resistência exigida para a gravidade da situação por parte da Polícia Militar do DF (PMDF).
O governador afastado disse aos policiais que ficou “revoltado” quando viu cenas de alguns PMs confraternizando com manifestantes.
Ibaneis afirmou, ainda, que “houve algum tipo de sabotagem”, mas que a investigação em andamento deverá esclarecer. Segundo Ibaneis, a exoneração de Anderson Torres do cargo de secretário de Segurança Pública do DF se deu porque ele estava ausente do país no momento do “trágico acontecimento” e, portanto, perdeu a confiança no então secretário.