O blogueiro bolsonarista Allan dos Santos mandou um recado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele provocou o magistrado em redes sociais com um vídeo e escreveu: “Chora, Xandão”.
O blogueiro,que transferiu-se para os Estados Unidos, teve a prisão decretada em outubro do ano passado por Moraes. Na época, Allan também teve as contas nas redes sociais bloqueadas após a decisão do ministro.
Agora, o ministério da Justiça de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) procurou o governo dos Estados Unidos e a Interpol, em Lyon (França), com o objetivo de acelerar o processo de extradição de Allan. Enquanto isso, ele compartilhou uma mensagem a Moraes nas redes sociais com a música “Chora não bebê”, do cantor Pablo. “Chora sim, TIRANO DE MERDA. Foragido é seu forevis”, escreveu ele.
Investigação
Em outubro, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão preventiva de Allan dos Santos. O magistrado ainda ordenou que o Ministério da Justiça iniciasse imediatamente o processo de extradição do blogueiro, que se encontra nos EUA.
A decisão atende a um pedido da Polícia Federal. Segundo a PF, o blogueiro, “a pretexto de atuar como jornalista”, assumiu a condição de um dos organizadores de um movimento responsável por ataques à Constituição, aos Poderes de Estado e à Democracia.
A suspeita é de que essas ações podem ter sido financiadas com recursos públicos a partir de sua interlocução com a família Bolsonaro e parlamentares alinhados ao governo. Moraes ordenou ainda que fossem bloqueadas todas as redes sociais vinculadas a Allan dos Santos e ainda suas contas bancárias. Ele também não poderá receber recursos das redes sociais por produção de conteúdo.
Segundo a investigação, o alto volume de doações recebidas pelo blogueiro em seus multicanais é suspeito. Há registro de repasses de diversos servidores públicos, sendo que um deles fez transferências de R$ 40 mil.
Allan dos Santos é investigado no Supremo em dois inquéritos: o que apura a divulgação de fake news e ataques a integrantes da Corte e também no que identificou a atuação de uma milícia digital que trabalha contra a democracia e as instituições no país.