26/03/2023 às 07h26min - Atualizada em 26/03/2023 às 07h26min

GDF desocupa 138 hectares de área invadida por grileiros em Brazlândia

Ação conjunta do governo contou com a atuação das secretarias DF Legal e de Segurança Pública, das polícias Civil e Militar, do Serviço de Limpeza Urbana, do CBMDF, do Detran, entre outros órgãos

​Após o fim do trabalho de demolição dos barracos irregulares, foram recolhidas mais de 551 toneladas de entulhos | Foto: Divulgação/DF Legal


O Governo do Distrito Federal (GDF), por intermédio de quase 20 órgãos, realizou, ao longo de toda esta semana, uma operação para desconstituir ocupações e inibir a ação de grileiros na Área de Proteção Ambiental (APA) da Bacia do Rio Descoberto, em Brazlândia.

Iniciada na segunda-feira (20), a ação conjunta do governo visou três grandes pontos de aglomeração de pequenos barracos feitos de madeira e lona. Sem qualquer acesso a saneamento básico ou energia elétrica, mais de 90% das edificações estavam desabitadas.

Ao todo, foram desconstituídas 1.210 destas construções em uma área de pouco mais de 138 hectares. “Foram ocupações feitas com o fim de especulação. Fomos acionados e conseguimos retirar esse grande número de edificações precárias”, explica o subsecretário de Operações da Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal), Alexandre Sena.

Conforme apurado pela secretaria por meio de sobrevoos com drones antes da operação, verificou-se que os ocupantes irregulares da área ostentavam veículos novos e até caminhonetes. A pasta apurou que lotes já vinham sendo vendidos por R$ 8 mil.

Após o fim do trabalho de demolição dos barracos irregulares, o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) passou a recolher o entulho. Até sexta-feira (24), mais de 551 toneladas tinham sido retiradas. Parte desse material será reciclado e doado a administrações regionais para realização de obras, outro montante será triturado e os inservíveis, aterrados.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) também desempenhou importante papel na operação. A Polícia Militar (PMDF), por meio do Batalhão Rural, realizou a manutenção da segurança do perímetro e das equipes envolvidas.

A Polícia Civil (PCDF) designou servidores da Delegacia de Combate a Ocupação do Solo e aos Crimes contra a Ordem Urbanística e o Meio Ambiente (Dema) para análise e ações de inteligência, com o objetivo, essencialmente, de identificar pessoas com atuação de liderança.

Por dia, o Corpo de Bombeiros (CBMDF) destacou duas viaturas de combate e prevenção a incêndio e nove militares para realizar atendimentos de emergência de indivíduos com alteração do quadro de saúde. Já o Departamento de Trânsito (Detran) prestou apoio com equipes de fiscalização, um guincho e uma empilhadeira.

O administrador regional de Brazlândia, Marcelo Gonçalves, comemorou a atuação do GDF. “A operação em combate a essa invasão feita por grileiros foi uma resposta devida a todas as pessoas que ainda pensam que não serão penalizadas. A cidade de Brazlândia ou qualquer cidade do Distrito Federal não aceita mais essa prática. Ficaremos vigilantes e a postos a qualquer ato desse tipo”, destacou.

O monitoramento do local continua para evitar novas invasões e a reconstituição do cenário anterior. A DF Legal, inclusive, oficiará a Terracap, que é proprietária da área, a promover o cercamento e a instalação de postos de vigilância, com o intuito de mitigar o retorno dos invasores.

APA do Descoberto
Considerada de alta relevância ecológica, a região foi criada em 1983 para garantir a conservação do Lago do Descoberto e dos manaciais hídricos que o formam. “Cerca de 65% da população do Distrito Federal consome a água servida pela Barragem do Descoberto. A ocupação desordenada e criminosa na região pode comprometer a qualidade e a quantidade de água fornecida para o DF e implicar na necessidade de importação de água do estado de Goiás, tornando o serviço mais caro ao consumidor final”, explica a chefe da APA Bacia do Descoberto e da Floresta Nacional de Brasília, Larissa Diehl.

Na mesma linha, o presidente do Instituto Brasília Ambiental, Rôney Nemer, lembra que, para além de combater o parcelamento irregular do solo, é também importante a ação por outros motivos: “A desocupação evita a supressão vegetal, o desmatamento e a hipermeabilização do solo, o que ajuda na recarga de nossos aquíferos para garantir a nossa qualidade de vida e água em abundância para todos”.

*Com informações da DF Legal


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