06/04/2023 às 08h11min - Atualizada em 06/04/2023 às 08h11min

Luziânia: PF investiga suposto desvio de verba para Covid na gestão Tormin

Defesa nega qualquer irregularidade, mas revela que ainda não teve acesso ao inquérito

​(Foto: Reprodução)

 
A Polícia Federal deflagrou uma operação que investiga supostos desvios de verbas destinadas ao combate à Covid-19 em Luziânia. O caso teria ocorrido durante a gestão do ex-prefeito da cidade do entorno do Distrito Federal, Cristóvão Tormin (PSD). A defesa do ex-gestor nega qualquer irregularidade – confira o posicionamento no fim da matéria.

De acordo com a PF, a investigação verificou irregularidades nos últimos dias de mandato do então prefeito, em 2020. A suspeita é que ocorreram fraudes em dois contratos celebrados pelo Fundo Municipal de Saúde, sendo um para aquisição de 15 mil testes para Covid e o outro para realização de vídeos institucionais sobre a pandemia do novo coronavírus.

Ainda conforme informado pela PF, houve um superfaturamento de aproximadamente 64% no contrato com uma empresa de Goiânia que forneceria os testes. O município de Luziânia teria pago R$ 1,95 milhão e 3,85 mil testes foram entregues. Pelo montante, o pagamento deveria ter sido de R$ 500 mil, expõe a polícia.

Já sobre a produção de vídeos, houve o pagamento de R$ 450 mil. A empresa de Goiânia, porém, não teria executado os trabalhos.

À PF, a entidade chegou a mostrar sete vídeos supostamente produzidos para cumprir o contrato. Depois de apurar, a Polícia Federal entendeu que as peças eram montagens plagiadas de campanhas de outros entes com slogans trocados pelo da prefeitura de Luziânia.
 
“Soma-se aos prejuízos causados à saúde do município, o fato de que os dois contratos implicaram no desvio de cerca de R$ 1,6 milhão de recursos da União. Além do direcionamento das contratações e demais vícios formais relacionados aos procedimentos licitatórios, há indícios de que parte dos referidos valores tenham sido utilizados para fins de pagamento de vantagens indevidas em favor de agentes públicos, à época, ligados a Prefeitura de Luziânia”, informa a corporação.

A Operação intitulada Últimos Atos cumpriu nove mandados de busca e apreensão nas duas cidades.

Defesa de Tormin
Hyulley Machado, advogado de Tormin, afirma que a defesa ainda não teve acesso ao inquérito e a ação. Contudo, reforça que tanto a aquisição dos testes quanto a produção de vídeos ocorreram dentro da forma legal. “Em relação ao mérito, só iremos nos manifestar após acesso ao inquérito.”

Atual gestão
A atual gestão de Luziânia, comandada pelo prefeito Diego Sorgatto (União Brasil), informou que a administração contribui para os trabalhos da Polícia Federal. “O único órgão público que foi procurado pela Polícia Federal pra poder apreender documentos foi a nossa secretaria municipal de Saúde. O nosso secretário municipal, Gonçalo Henrique, acompanhou do início até o final toda abordagem e contribuiu para que tudo ocorresse uma maior lisura possível”, disse Sorgatto ao portal.


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