07/04/2023 às 07h42min - Atualizada em 07/04/2023 às 07h42min

Advogada cega de Valparaíso diz ter sido ameaçada após cobrar honorários

Em audiência, suposto autor não aceitou o acordo; processo continua

Foto: Pixabay)

Uma advogada com deficiência visual total de Valparaíso de Goiás denuncia ter sofrido ameaças do marido de uma cliente após cobrar honorários. O caso aconteceu em julho de 2022, mas a situação veio à tona nesta semana, após o suspeito ter se recusado a fazer um acordo durante uma audiência na última segunda-feira (3).

O caso segue na Justiça e já tem outra audiência marcada para o mês de agosto. Advogado da denunciante, Carlos Vitor Franco disse que a mulher conversava com a cliente dela pelo telefone em relação aos honorários advocatícios de um trabalho, quando o suposto autor ouviu a conversa e interferiu, dizendo alto que não pagaria.
 
Em seguida, conforme o defensor, ele pegou o telefone e começou a discutir com a advogada. Ao ser advertido que se tratava de uma conversa “advogado cliente”, ele se alterou e, aos gritos, “disse em tom ameaçador que ela deveria tomar muito cuidado com o que aconteceria, pois não sabia com quem estava falando”.

 “Minha cliente ficou muito assustada. Além de mulher e ter 51 anos, é deficiente visual. Ela, então, procurou as autoridades e mudou de casa.” Ela vivia no Condomínio Parque dos Sonhos, em Valparaíso, com a mãe, já idosa, mas deixou o local ainda no mês de julho.
 
Carlos revelou, ainda, que conhecia a advogada há muitos anos, por meio da avó, que prestava serviço na casa da família dela. “Então o fato de se tratar de uma mulher, já uma senhora, ser deficiente visual e, ainda mais, uma pessoa que conheço, me deixou extremamente triste e indignado. Não havia como não nos solidarizamos com a nossa colega, que também é advogada.”

O Mais Goiás suprimiu os nomes e outras informações para preservar a segurança da suposta vítima. A defesa da mulher, realizada por Carlos Vitor e Suenilson Saulnier, é feita sem custos. Eles atuam no processo criminal por ameaça e, futuramente, ajuizarão uma ação para reparação indenizatória por danos morais


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