19/05/2023 às 08h38min - Atualizada em 19/05/2023 às 08h38min

‘Quem foi condenado é presidente da República, quem lutou contra a corrupção perdeu o mandato’, diz jurista

Ives Gandra Martins afirmou que considera a cassação de Dallagnol 'inaceitável'

​Para Martins, a cassação de Dallagnol repercute de maneira negativa também no exterior | Foto: Reprodução/Revista Oeste

No início da semana, uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou o mandato do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) — em uma ação movida pelo PT e outros partidos de esquerda.

Durante a leitura do parecer, o magistrado Benedito Gonçalves, relator do caso, argumentou que Dallagnol tentou burlar a Justiça, ao deixar o Ministério Público durante o período em que, segundo Gonçalves, respondia a processos administrativos, e que poderiam resultar em condenação, transformando-o em “ficha suja”. “Manobra para driblar a inelegibilidade”, afirmou.

Em entrevista ao programa Oeste Sem Filtro, o jurista Ives Gandra Martins afirmou que considera uma decisão “inaceitável” porque os processos administrativos envolvendo o ex-procurador da Lava Jato sequer haviam sido iniciados — teriam sido apenas iniciados.

Para Martins, a cassação de Dallagnol repercute de maneira negativa também no exterior, já que a operação Lava Jato foi elogiada pelo combate à corrupção em todos os países desenvolvidos no mundo, onde “há democracias plenas”.

O jurista defende ainda que deveria haver uma manifestação mais contundente do Ministério Público em defesa do mandato de Deltan Dallagnol. Entre os motivos elencados por ele estão a crença de que grande parte dos brasileiros é contrária à corrupção no poder, e por essa razão há necessidade de símbolos que possam trazer de volta o orgulho de ter um país em que os Poderes funcionam legitimamente. 


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »