07/06/2023 às 07h58min - Atualizada em 07/06/2023 às 07h58min

Morre Shana Ferreira, jornalista e pioneira de Brasília, aos 89 anos

Figura emblemática na cobertura política de Brasília e do país, Shana chegou na capital antes mesmo da inauguração da cidade

(crédito: Material cedido ao Correio)

Morreu internada na UPA do Paranoá a jornalista Shana Ferreira, aos 89 anos, em consequência de uma fratura de fêmur, embolia e septicemia. Pioneira de Brasília, ela chegou na capital no final da década de 1950, antes mesmo da inauguração da cidade. O velório será realizado nesta terça-feira (6/6), a partir das 13h, na capela 1 do Cemitério Campo da Esperança. O sepultamento está marcado para as 15h30.

Nascida em em Campo Florido, Minas Gerais, Shana participou da equipe do presidente Juscelino Kubitscheck que organizou a festa comerativa da inauguração da nova capital do país em 21 de abril de 1960.

Formada em jornalismo no CEUB, Shana costumava contar, orgulhosa, que foi a primeira mulher a trabalhar na cobertura política na redação da sucursal do Estado de S. Paulo em Brasília.

Nos tempos pioneiros da cidade e em plena ditadura militar costumava receber políticos de oposição em sua casa, uma das 13 primeiras residências construídas no Lago Norte, onde vivia.

Shana exerceu vários cargos nas redações dos jornais de Brasília e nas sucursais dos jornais nacionais.

Participou desde o início da fundação do Jornal de Brasília, onde exercia a função de secretaria-executiva da redação. Participou ainda da criação do jornal “José”, o “Jornal da Semana Inteira”, umas das primeiras experiências de jornalismo independente na capital da República, ao lado Luís Guttemberg e Eliane Cantanhede.

“Shana foi uma tiazona de gerações de jornalistas em Brasília. Durona, eficiente, mas sempre pronta a quebrar galhos, resolver problemas, ajudar”, recorda Eliane Cantanhede, comentarista da Globonews e articulista do Estado de S. Paulo.

Shana trabalhou em praticamente todos os governos do Distrito Federal e em especial em todos da gestão de Joaquim Roriz, onde exerceu praticamente todos os cargos na Secretaria de Comunicação, bem como no governo de Jose Roberto Arruda.

Escrevia os discursos das inaugurações das obras do governador Roriz, de quem era amiga e gozava de sua confiança, inclusive indicando o diretor do Teatro Nacional.

“Shana sempre foi um exemplo. A conhecia desde o começo do Jornal de Brasília, onde resolvia todos os problemas da redação. Séria, dedicada, Shana tinha uma sensibilidade toda especial porque conhecia muito a rudeza cotidiana do jornalismo, mas ao mesmo tempo lidava com isso com extrema delicadeza. Como chefe de gabinete da Secretaria de Comunicação na gestão de Roriz, solucionava tudo pra gente. Deixará muitas saudades”, resume o ex-secretário de Comunicação dos governos Roriz e Rollemberg, Paulo Fona.


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