A Justiça Federal em Brasília rejeitou, por meio de despacho do juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12ª Vara, a queixa-crime do presidente Michel Temer contra o empresário Joesley Batista. O Planalto anunciou, na véspera, processo contra o dono da JBS por crimes de calúnia, injúria e difamação.
No entendimento do magistrado, não há crime no fato de Joesley ter dado entrevista (no caso, à revista Época) e fazer acusações a Temer. O argumento do juiz é o de que o teor da entrevista é parte do acordo de delação premiada.
Segundo o juiz Marcus Vinicius, ao dar entrevista, Joesley agiu “com o fim de narrar fatos e afastar qualquer aleivosia que se lance ao acordo de colaboração premiada que celebrou com o Ministério Público Federal”.
A ação contra Joesley foi apresentada na segunda-feira. O motivo era a entrevista concedida pelo empresário à revista “Época”, na qual acusa Temer de chefiar “a maior e mais perigosa organização criminosa do Brasil”.
Segundo o entrevistado, Temer não fazia cerimônia para pedir-lhe dinheiro em nome do PMDB e que o presidente articulava uma campanha para estancar a operação Lava-Jato.