A operação da Polícia Federal (PF) no gabinete do senador Marcos do Val (Podemos-ES) acabou por encurralar o advogado Cristiano Zanin, indicado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o Supremo Tribunal Federal (STF). A situação inusitada ocorreu na quinta-feira 15.
Zanin visitava um senador no mesmo prédio onde fica o gabinete de Do Val. Como a corporação interditou o acesso ao edifício, e a imprensa estava concentrada no térreo, o advogado teve de usar a saída de emergência entre as duas torres do Congresso para descer pelo elevador da Câmara.
O jornal O Globo informou que o acesso ao local é restrito. Para liberar Zanin, o alarme foi disparado duas vezes.
Apesar da “emboscada” a Zanin, o foco da operação da PF é Marcos do Val
O ministro Alexandre de Moraes mandou a PF buscar em quartos de motel possíveis ilegalidades cometidas por Do Val.
Em sua decisão, o magistrado determinou que a corporação realizasse buscas em “hotéis, motéis e outras hospedagens temporárias” que o senador pudesse ter frequentado.
Moraes também mandou a PF verificar possíveis “cômodos secretos ou salas reservadas” naqueles locais. O interior de veículos e armários de garagens, por exemplo, estão na lista.
O ministro autorizou os policiais a usarem a força bruta para arrombar portas e cofres nos locais previstos nos mandados.
Busca e apreensão
Na quinta-feira, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em diversos endereços ligados ao senador.
O pedido partiu de Moraes há algumas semanas. Entre os endereços estão o apartamento funcional ocupado por Do Val em Brasília, o gabinete dele no Congresso e um local no Espírito Santo.
Além dos mandados de busca e apreensão, o magistrado determinou que PF ouça o senador o mais rápido possível para apurar a suposta obstrução de Justiça.