O líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, anunciou, neste sábado (24/6), que seus homens estão recuando, "para evitar um banho de sangue".
"Agora é a hora em que o sangue pode correr. Por isso, nossas colunas recuam, para retornarem aos acampamentos", declarou Prigozhin em mensagem publicada no aplicativo Telegram.
O grupo de mercenários se dirigia a Moscou a partir do sudoeste da Rússia e, agora, retorna aos acampamentos. Os homens do Wagner estavam presentes em três regiões russas: Rostov, Voronej e Lipetsk.
Antes do anúncio de Prigozhin, o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, aliado de Putin, declarou que havia negociado com o líder paramilitar o fim do avanço de seus homens e que ele havia aceitado a proposta.
Putin promete punição
Mais cedo, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, prometeu punir a "traição" de Yevgueni Prigozhin. A declaração foi feita durante um discurso oficial à nação. O risco de guerra civil com o avanço dos mercenários era real, e representa o maior desafio do líder russo desde que assumiu o governo, em 1999.
Em sua fala, Putin afirmou que o ocorrido "é uma punhalada pelas costas para o nosso país e o nosso povo". "O que enfrentamos é exatamente uma traição. Uma traição provocada pela ambição desmedida e os interesses pessoais", acrescentou. Em resposta, Prigozhin afirmou que Putin "está profundamente equivocado" ao acusá-lo de traição.
Autoridades regionais de Rostov e Lipetsk pediram à população que permaneça em casa. Os presidentes das duas Câmaras do Parlamento russo declararam apoio ao chefe do Executivo. O Ministério Público russo também abriu uma investigação criminal em relação à tentativa de organizar um motim armado.
O líder do grupo Wagner afirmou, em várias mensagens de áudio, que bombardeios russos causaram um "grande número de vítimas" em suas fileiras. Prigozhin ainda chegou a acusar o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, alegando que ele quem teria ordenado esses ataques. Em nota, o Ministério da Defesa negou as acusações.
Com informações da Agência France-Presse