O número de mulheres que procuraram a Polícia Civil para dizer que foram vítimas de abuso sexual praticado pelo médico ginecologista Fábio Guilherme Siqueira Campos, de 73 anos, subiu para 13. Fábio atendia pacientes no Centro Integrado de Atenção Médico Sanitária (Ciams) Novo Horizonte, em Goiânia e foi preso na última sexta-feira (21).
Uma dessas vítimas esteve na delegacia na manhã desta segunda. Ela disse que foi atendida por Fábio Guilherme há cerca de dez anos e que foi violentada dentro do consultório. Ela ouviu do médico que, para fazer o exame, precisava relaxar e ficar excitada. A paciente disse que o médico disse palavras chulas e fez os ‘exames’ sem usar equipamentos, o que a incomodou.
A delegada Amanda Petelinkar afirma que há casos em que o crime prescreveu, porque foram praticados há mais de 12 anos, mas que mesmo assim é importante que as mulheres abusadas procurem a Polícia Civil porque consolida a tese da investigação de que os atos delitivos ainda passíveis de punição não foram isolados e que o médico os praticava com reincidência.
Em depoimento, Fábio manteve-se em silêncio. Mas, informalmente, negou que tenha praticado crimes. Ele permanecerá preso por tempo indeterminado.
A polícia começou a investigar o médico depois que o marido de uma paciente gestante registrou um boletim de ocorrência, no fim do mês de junho. A defesa de Fábio afirma que só conseguiu acesso à documentação que consta no inquérito na sexta-feira e que vai analisá-la antes de se posicionar.
A Secretaria Municipal de Saúde divulgou nota em que repudia quaisquer atos de agressão a pacientes e divulgou um número da ouvidoria para denúncias: 0800-646-1510.