Sob investigação na Operação Genebra, deflagrada nesta semana, o contrato de gestão da Secretaria de Saúde com a Cruz Vermelha, sem licitação, para administrar duas UPAs foi contestado na Justiça em 2011 pela Procuradoria-geral do DF. Em sentença, a 8ª Vara de Fazenda Pública mandou a Cruz Vermelha devolver R$ 3.463.130,80 ao GDF. Mas os cofres públicos ainda não viram a cor do dinheiro. O processo está em fase de execução. A entidade afirma que colabora com as investigações e enviou os relatórios sobre o caso ao Ministério Público do DF.
Cabeça
Para os investigadores da Operação Genebra, Fernando Antunes, ex-secretário-adjunto de Saúde e ex-presidente do PPS-DF, é um dos articuladores das irregularidades no repasse de recursos à Cruz Vermelha. Como a coluna mostrou ontem, Antunes, que está com os bens bloqueados pela Justiça em decorrência das suspeitas de direcionar a contratação para a entidade, hoje integra a direção da Cruz Vermelha Brasileira. A assessoria de imprensa da entidade sustenta ser impossível qualquer participação dele em eventuais irregularidades. “Fernando Antunes deixou a Secretaria de Saúde em 2009 e o contrato do Governo do Distrito Federal com a Regional da Cruz Vermelha de Petrópolis deu-se em 2010. Ou seja, Fernando Antunes não assinou, como secretário-adjunto, nenhum documento de contratação da CV Petrópolis, pela impossibilidade temporal de fazê-lo”, diz a entidade.
Constrangimento
Causou um certo constrangimento entre representantes da Cruz Vermelha Internacional o nome da operação que levou à prisão de ex-dirigentes da entidade de Petrópolis: Genebra. É que a entidade, conhecida no mundo todo pela assistência internacional em situações de guerra, conflitos e apoio a vítimas de desastres da natureza, tem sede na Suíça.