25/06/2017 às 07h23min - Atualizada em 25/06/2017 às 07h23min

A capacidade infinita da equipe de Temer de dar tiro no próprio pé

Como diria Marco Aurélio Mello, tempos estranhos.

Por Andrei Meireles-Os Divergentes

Todo dia é dia de confusão no governo Michel Temer. Esse sábado (24), Dia de São João, parecia uma exceção. Sem nenhuma novidade, noticiário morno em jornais e revistas, poderia, enfim, ser um dia de descanso, sem sobressaltos. Ledo engano.

 

O governo está viciado em uma dose diária de adrenalina. O ministro Torquato Jardim, da Justiça, convocou uma entrevista coletiva em que ele anunciaria a permanência do delegado Leandro Daiello no comando da Polícia Federal.

 

Em companhia do próprio Daiello, Jardim conseguiu apenas causar confusão. Disse frases de efeito, recorreu à crítica da moda ao “pós-verdade”, mas não confirmou nem desmentiu a demissão do delegado. Daiello, por sua vez, ficou na dele. Não disse sim nem não.

 

Todos sabem que a cabeça de Leandro Daiello está a prêmio desde o governo Dilma Rousseff. Os alvos da Lava Jato de todos os naipes reclamam de que ele não controla os federais que apuram as falcatruas.

 

Como traduziu Aécio Neves, no grampo de Joesley Batista, era preciso que ele, Moreira Franco e todos os alvos aliados do governo fossem investigados por delegados que pudessem chamar de seu.

 

Pois bem. A entrevista coletiva saiu pela culatra. Manchete de todos os sites é de que Daiello continua na berlinda. A exceção é a globo.com que recebeu uma mensagem da Kátia Cubell, assessora de imprensa do Ministério da Justiça, bancando que Daiello será mantido no cargo.

 

Como diria Marco Aurélio Mello, tempos estranhos.

 

A verdade é que Daiello só ficará no cargo se o Palácio do Planalto não tiver força para demití-lo.

 

Simples assim.


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