A apuração das eleições primárias da Argentina, ocorrida na madrugada desta segunda-feira (14/8), surpreendeu: por volta das 6h (horário de Brasília), quando 97,3% dos votos estavam apurados, o candidato de oposição ao governo e ultradireitista Javier Milei tinha consolidado o primeiro lugar no pleito.
A chapa dele, a Liberdade Avança, conquistou 30,04% dos argentinos e surpreendeu o cenário político nacional e internacional por mostrar uma força maior do que a esperada entre os cidadãos do país latino.
A votação ocorrida no domingo (13/8) é o momento em que os cidadãos do país latino escolhem os candidatos que disputarão a eleição presidencial, marcada para 22 de outubro. A ex-ministra da Segurança Patricia Bullrich e o ministro da Economia Sergio Massa também estarão no pleito final.
A chapa de Patricia sai das primárias com 28,7% dos votos e ela, com 16,98%. Já a de Massa, União Pela Pátria, foi a terceira mais votada com 27,27% — Massa foi o candidato preferido do partido (21,41%) e disputará o pleito pela sigla.
O "Bolsonaro argentino"
O economista que sai na frente nas eleições primárias é, constantemente, comparado com o ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro (PL), além do ex-presidente dos EUA Donald Trump. Em entrevista ao O Globo em setembro de 2021, Milei disse que o alinhamento com os dois políticos "é quase natural".
Não é para menos: o economista tem como bandeira a defesa do livre mercado e é um ferrenho opositor ao aborto. Milei também considera as mudanças climáticas, que assola o mundo e é um risco à humanidade e ao planeta, "uma farsa" da esquerda.
O candidato argentino também propõe o fim do Estado e se define como anarcocapitalista, uma corrente de pensamento que defende um modelo de capitalismo sem qualquer regulação do Estado.