O Distrito Federal já definiu as ações de enfrentamento para os próximos períodos de aumento do número de casos de doenças respiratórias entre as crianças, anualmente observado entre os meses de março e julho. A época é considerada crítica para transmissibilidade como gripe, bronquiolite e asma, principalmente entre os bebês de até 2 anos, causados, em sua maioria, pela circulação dos vírus sincicial respiratório (VSR), rinovírus humano (RVH), influenza, entre outros. Foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) desta quinta-feira (24) a aprovação do documento, criado para agilizar o atendimento nas próximas ondas dessas doenças.
“O plano traz uma dinâmica de encadeamento de ações conforme o cenário epidemiológico a ser enfrentado”, explica o subsecretário de Atenção Integral à Saúde, Maurício Fiorenza.
Entre as medidas previstas, estão a ativação de mais leitos de enfermaria e de terapia intensiva, ampliação de horários de atendimento das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), uso de rotas rápidas nas emergências hospitalares, contractualização de vagas em hospitais da rede complementar e ações de comunicação para conscientizar as famílias sobre a vacinação, a importância dos cuidados no período e o fluxo correto de atendimento, começando na UBS de referência, conforme o endereço residencial. “São ações que já foram testadas nos anos anteriores e ajudaram a reduzir o impacto da sazonalidade no DF”, pontua a coordenadora da Rede Urgências e Emergências da Secretaria de Saúde, Thaís Braga.
Em 2023, o período de sazonalidade foi antecipado, com aumento nos números de atendimentos registrados já a partir de janeiro. “Todos os estados do Brasil sofreram. Verficamos na literatura internacional ter sido pior em vários locais, como nos Estados Unidos e Europa. Ainda que com alta demanda, o DF tenha se destacado e ampliado muito a sua capacidade”, afirma a diretora de Serviços de Internação da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), Geanna Valentte.
Ações de enfrentamento
Já no início do ano, 12 UBSs ampliaram o horário de atendimento até as 22h, houve aumento na quantidade de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital de Base e no Hospital da Criança (HCB) e contratação de serviços em hospitais da rede privada. “Foi a pior sazonalidade de todos os tempos, mas nós usamos todos os recursos que podíamos”, completa Geanna Valentte.
Agora, com a edição do Plano de Enfrentamento para as Doenças Respiratórias da Infância no Distrito Federal, a expectativa é já ter sistematizado as experiências anteriores e garantir a execução rápida das medidas previstas, que também incluem a disponibilidade de insumos e definição de processos de trabalho.
A SES-DF também investiu em melhorias nas unidades estratégicas para o período, como foi o caso da revitalização de UBSs e da UTI do HRT.
Unidades sentinelas
O DODF também trouxe a deliberação de unidades que vão atuar como sentinelas de surtos de doenças respiratórias. A UBS 02 da Asa Norte, UBS 05 de Planaltina, UBS 12 de Samambaia, UBS de 01 Santa Maria, UBS 01 de São Sebastião, o Hospital Brasília Lago Sul, o Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB) e as Unidades Pronto Atendimento (UPAs) do Núcleo Bandeirante e Ceilândia I vão coletar amostras entre pacientes para alimentar o Sistema de Informação da Vigilância
Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe). O objetivo é identificar o início do período de sazonalidade, epidemias e surtos pelos vírus respiratórios.
*Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)