29/06/2017 às 04h53min - Atualizada em 29/06/2017 às 04h53min

PM quer Força Nacional para reforçar efetivo no protesto de sexta (30)

Ao todo, 2.600 policiais atuarão na Esplanada dos Ministérios. A ordem é identificar e prender vândalos para evitar depredação do patrimônio

Metrópoles

Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) divulgou na tarde desta quarta-feira (28/6) detalhes da Operação Manifestação, a ser realizada na sexta (30), durante os protestos convocados por entidades sindicais contra as reformas trabalhista e da Previdência. Em Brasília, os atos serão concentrados na Esplanada dos Ministérios.

 

Para evitar depredações aos prédios públicos, como as ocorridas na manifestação de 24 de maio, a PMDF aumentou o efetivo. Serão deslocados mais de 2.600 profissionais para a Esplanada. Eles serão divididos em dois turnos de trabalho, a partir das 7h.

 

Além disso, a corporação solicitou o reforço da Força Nacional, que cuidará exclusivamente das sedes dos ministérios – o pedido, no entanto, ainda precisa ser autorizado pelo Ministério da Justiça. A resposta deve sair de uma reunião marcada para esta quinta (29). Todos os responsáveis pela proteção dos edifícios federais usarão equipamentos de proteção individual (EPI). O kit inclui exoesqueleto, escudo, capacete e cacetete.

 

“Todos os policiais militares que estiverem nesses locais críticos estarão com o EPI. Para que não seja entendida a necessidade de utilização de arma de fogo, e sim desse equipamento menos letal”, afirmou o coronel Paulo Henrique Tenório, comandante do Policiamento Regional Metropolitano.


O comentário se refere ao fato de que policiais dispararam com munição letal contra os manifestantes durante a manifestação de maio. Um homem foi atingido no maxilar e permaneceu internado por dias no Hospital de Base, em estado grave; outro manifestante perdeu a visão do olho esquerdo ao ser atingido por uma bala de borracha.


Além disso, um jovem teve a mão mutilada ao segurar um artefato – segundo a PM, ele tentava arremessar um rojão contra a tropa; na versão do próprio rapaz, ele tentou lançar para longe da multidão uma bomba jogada pela polícia. Naquela ocasião, 49 pessoas, entre PMs e manifestantes, ficaram feridas. Os três PMs que sacaram suas armas foram afastados das ruas. A Corregedoria da corporação ainda apura o caso.

 

O comandante-geral da PM, coronel Marcos Antônio Nunes de Oliveira, disse que seus homens agiram “sob limite e com a força necessária”, mas lamentou o ocorrido. “Tivemos, sim, um episódio e já foi instaurado inquérito policial para apurar o caso. Tenho 30 anos de manifestações na Esplanada e nunca tinha visto algo assim. A manifestação foi muito agressiva, mas, mesmo assim, não podemos fazer isso. Todas as circunstâncias precisam ser apuradas”, afirmou. Um mea culpa que não foi repetido durante a coletiva desta quarta.

 

Bloqueio e “pinçamento” contra vândalos
As vias de acesso próximas à Catedral (N1 e S1) vão ganhar linhas de abordagem, com separação por grades, para a revista dos participantes. “Foi o local onde tivemos problemas (em 24/5), quando manifestantes passaram com escudos, pedras e pedaços de pau”, comentou o coronel Tenório.

 

O planejamento foi feito para evitarmos os problemas que tivemos com a manifestação do dia 24 de maio. Não podemos permitir novas depredações. Nós iremos individualizar eventuais ações e efetuar prisões dos responsáveis"
Coronel Paulo Henrique Tenório, comandante do Policiamento Regional Metropolitano.


Segundo o militar, os policiais estão orientados a procurar vândalos no meio da multidão. “É o que chamamos de pinçamento. Essas pessoas responderão pelos atos que cometerem”, avisa o coronel. Em 24 de maio, segundo a Polícia Militar, foram feitas oito prisões.

 

Rodoviários, bancários, professores das escolas públicas e particulares e servidores públicos federais, entre outras categorias, já garantiram adesão à greve geral de sexta-feira e participação dos atos na Esplanada dos Ministérios.


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