27/11/2023 às 09h06min - Atualizada em 27/11/2023 às 09h06min

Semideuses que se acham acima da Constituição

A Constituição é e sempre será a espinha dorsal de toda nação democrática.

Vital Furtado
Correio de Santa Maria
O perigo não se limita apenas à violação direta das normas constitucionais, mas também à erosão do tecido social.

Em meio às complexidades de uma sociedade em constante evolução, surge uma preocupação latente: o surgimento daqueles que se consideram ou se autoproclamam semideuses, acreditando-se acima das leis e normas que regem uma nação. Esse fenômeno desafia os fundamentos da democracia e do Estado de Direito, lançando uma sombra sobre a igualdade e a justiça que deveriam ser inalienáveis.

A Constituição, como a espinha dorsal de qualquer nação democrática, é projetada para garantir direitos, limitar o poder e criar um equilíbrio que salvaguarde os interesses de todos os cidadãos. No entanto, surgem personagens que, impulsionados por influências diversas, começam a considerar-se além das amarras legais. Esses autodenominados semideuses acreditam que suas posições, riquezas ou status os eximem do cumprimento das leis que vinculam o restante da população.

O perigo reside não apenas na afronta direta às normas constitucionais, mas também na corrosão do tecido social. Quando semideuses desconsideram a igualdade perante a lei, eles minam os princípios fundamentais que sustentam uma sociedade justa e equitativa. A confiança na estrutura legal é erodida, gerando um ambiente propício para a impunidade e a desigualdade.

Além disso, a arrogância que acompanha essa autoproclamação de superioridade pode levar a abusos de poder, onde as decisões são tomadas não com base na justiça, mas na conveniência pessoal desses autointitulados semideuses. A verdadeira essência da democracia, que repousa na participação igualitária de todos os cidadãos nas decisões que afetam a coletividade, é subvertida por essa mentalidade elitista.

A sociedade, ao deparar-se com semideuses que se consideram acima da Constituição, enfrenta a necessidade premente de reafirmar os princípios democráticos e a supremacia da lei. O papel das instituições democráticas, da sociedade civil e da imprensa (na sua maioria, ativista ideológica) torna-se crucial para resistir a essa onda de desrespeito às normas estabelecidas.

É imperativo lembrar que nenhum indivíduo, independentemente de sua posição ou influência, está acima da Constituição. A luta por uma sociedade verdadeiramente justa e livre requer a responsabilização de todos perante as leis que regem o país. Somente através do comprometimento coletivo com os princípios democráticos e da defesa da Constituição é possível evitar que semideuses, por sua arrogância, obscureçam o caminho para uma sociedade mais justa e igualitária.


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