01/12/2023 às 06h27min - Atualizada em 01/12/2023 às 06h27min

Marconi Perillo tem desafio gigante na presidência do PSDB

Marconi Perillo vence disputa e assume presidência de partido que definha melancolicamente em praça pública

​Ex-governador de Goiás, Marconi Perillo assume presidência do PSDB (Foto: Reprodução - PSDB - Youtube)

Marconi Perillo venceu a eleição interna do PSDB e é o novo presidente do partido. Experiente como é com quatro gestões frente ao Governo de Goiás, Marconi sabe o tamanho do abacaxi que agora está em seu colo. O PSDB definha em praça pública e se apequenou de forma constrangedora para quem já teve a presidência da República por dois mandatos. E, mesmo nos momentos de derrota, tinha o poder de liderar a oposição.

Hoje isso é passado. E cada vez mais remoto. Marconi sabe disso e já começa o trabalho com a consciência de que o primeiro passo é estancar a sangria.

As prévias que o partido promoveu para definir o candidato do partido em 2022 deixaram chagas ainda não curadas. Eu diria até infeccionadas. Até hoje tem tucano que não engoliu tudo que aconteceu no processo de escolha.

Mas é um erro achar que o apequenamento peessedebista começou em 2022. Ele tem início em 2016. Naquele contexto, Geraldo Alckmin, então tucano e governador de São Paulo, peitou a turma tradicional do vinho caro do partido e bancou João Doria para prefeito da capital paulista. O empresário teve uma vitória eleitoral acachapante em primeiro turno. O que deveria ser uma demonstração de força, na verdade, foi o início do fim.

A ganância política destrambelhada de Doria, o rancor de Aécio Neves, a postura sabonete de Eduardo Leite, o desgaste e problemas com a Justiça de governadores como Beto Richa e o próprio Marconi, uma derrota humilhante em 2018 e sequer ter viabilizado um candidato em 2022 após sangrenta disputa interna adornam melancolicamente a história. Tudo levou o PSDB a se tornar minúsculo e flertar com a irrelevância.

Marconi vence a eleição interna endossado pelo poder de articulação de Aécio. Se conseguirá reestabelecer o partido para voos maiores como os de outrora é a pergunta que está no ar. O perigo é o PSDB se transformar somente naquela velha fotografia na parede a qual o tucano olhe e pense: “como dói”.


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