O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, afirmou, nesta terça-feira (5/12), que o pedido dos deputados de oposição por impeachment do ministro é “constrangedor”.
O requerimento foi protocolado na Câmara, após ser divulgado a visita de Luciane Barbosa Farias, esposa do integrante do Comando Vermelho, Clemilson dos Santos Farias, e conhecida como “dama do tráfico amazonense”.
“Trata-se de um pedido constrangedor, para quem escreveu e assinou, não para mim. Assinou apenas por oposição política. Uma peça jurídica de quinta categoria. Se fosse uma prova da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), a pessoa que a fez não seria aprovada”, disse o ministro durante uma audiência conjunta das comissões de Fiscalização Financeira e Controle e da de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado.
O Ministério confirmou, em novembro, ter pagado por uma das viagens de Luciane a Brasília. A mulher também visitou o Ministério da Justiça em duas ocasiões este ano, em março e maio.
A pasta informou, em nota, que custeou a viagem para que ela participasse do encontro nacional dos Comitês e Mecanismos de Prevenção e Combate à Tortura (CNPCT), que ocorreu nos dias 6 e 7 de novembro. Luciane foi indicada pelo comitê amazonense para representar o estado e o recurso veio do orçamento reservado para o evento.
“No encontro referido, no qual participou a mencionada senhora que eu nunca vi e com a qual nunca me reuni, foram os Comitês estaduais que indicaram os seus representantes. Mesmo que o Ministério contasse com qualquer serviço de inteligência, o nome da referida senhora foi recebido em 3 de outubro pelo ministério e ela só veio a sofrer condenação em 8 de outubro”, explicou Almeida.