13/12/2023 às 06h57min - Atualizada em 13/12/2023 às 06h57min

Júri condena homem acusado de matar namorada e simular suicídio em Formosa

Crimes ocorreram em 2 de novembro de 2020

​O tribunal do júri de Formosa condenou Hozannah Fonseca de Deus Filho a 22 anos e 10 meses de prisão pela morte da namorada

O tribunal do júri de Formosa condenou Hozannah Fonseca de Deus Filho a 22 anos e 10 meses de prisão pela morte da namorada e ex-noiva, a professora Larissa Quintino de Souza – considerando que ele já ficou 3 anos preso. A condenação também incluiu desacato e resistência.

De acordo com o Ministério Público de Goiás (MPGO), os crimes ocoreram em 2 de novembro de 2020. À época, o ex-noivo da vítima chegou a afirmar que a mulher teria cometido suicídio. Trabalhos de perícia concluíram que a cena do crime foi alterada com o objetivo de simular o suposto autoextermínio. Na época, o homem foi preso em flagrante após fuga e tentativa de agressão contra policiais militares.

A denúncia foi apresentada pelo promotor de Justiça Douglas Chegury. No texto, ele detalhou que o casal mantinha um relacionamento conturbado, com histórico de agressões verbais e físicas, e registros formais de algumas ocorrências.

Já na sessão de julgamento, o promotor de Justiça Ramiro Carpenedo Netto afirmou que o homicídio foi cometido com as qualificadoras do motivo torpe (já que a motivação era o ciúme que ele tinha da vítima), com emprego de recurso que impossibilitou a defesa da namorada (estava lesionada e possivelmente sem forças para correr e fugir). Ele também argumentou menosprezo a condição da mulher e prática de violência doméstica (feminicídio).

O réu está preso e, conforme a juíza Christiana Aparecida Nasses Saad, a prisão preventiva está mantida. Cabe recurso, mas “o sentenciado não poderá recorrer em liberdade”. O advogado do acusado, Ney Moura Teles informou que já entrou com recurso. Ele não quis comentar a decisão.

Crime
Hozannah teria baleado a professora na própria casa e alterado a cena do crime, segundo as autoridades. Além disso, conforme os autos, o ex-noivo acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que pode apenas constatar o óbito. Equipes constataram indícios de que o local havia sido alterado. Ele teria agredido a mulher antes do disparo.

Também segundo as autoridades, o suspeito chegou a fugir após a chegada do socorro, mas foi localizado pela Polícia Militar momentos depois. Ele estava com roupas e mãos sujas de sangue, mas negou o feminicídio e afirmou que ambos tinham discutido e, na sequência, a professora teria tirado a própria vida.

A tese de que o suspeito tinha atirado contra a então noiva ganhou força quando ele passou a dar várias versões para o ocorrido e não conseguiu apresentar justificativa válida, segundo a Polícia Civil, para a fuga. Ele ficou agressivo e desferiu chutes e ofensas contra militares no momento em que recebeu voz de prisão.

Naquele momento, familiares de Larissa reforçaram que o homem era uma pessoa violenta e que agredia a companheira constantemente. A arma utilizada no crime também foi reconhecida por testemunhas que apontaram que o suspeito era o proprietário e já tinha sido visto com a arma.


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