O operador financeiro Lúcio Funaro não está mais no Complexo Penitenciário da Papuda. Ele foi transferido para a carceragem da Polícia Federal, também em Brasília, na tarde desta quarta-feira (5/7). A transferência se deu a pedido do Ministério Público Federal em meio às negociações de delação premiada de Funaro.
A decisão foi do juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília. Apontado como operador de propinas do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Funaro está preso desde 1° de julho de 2016, no âmbito da Operação Sépsis.
Funaro é acusado de ter atuado junto a Eduardo Cunha entre 2011 e 2015. Segundo o MPF, ele teria cobrado propina de empresários interessados em conseguir empréstimos do Fundo de Investimento do FGTS, o FI-FGTS.
A delação de Funaro, caso se concretize, é tida por aliados de Michel Temer (PMDB) como um fator que agravaria a crise e poderia levar à queda do presidente.
Um dos motivos que apontam para uma delação premiada, em breve, foi a pressão exercida por Geddel Vieira Lima para saber se Funaro estaria interessado em utilizar tal recurso. Geddel, que é amigo de Temer e integrou a equipe ministerial deste governo, teria telefonado várias vezes para a mulher do operador financeiro questionando se ela tinha alguma informação sobre isso. Configurado o crime de obstrução da Justiça, o ex-ministro foi preso na segunda-feira (3/7).