A Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal (Seagri-DF) fez a entrega de 104 mudas e adubo para produtores rurais, nesta sexta-feira (22). A ação é um impulso para o programa Rota das Frutas no DF, que promove estratégias para os pequenos agricultores familiares na integração de sistemas agroflorestais e fruticultura.
O evento ocorreu na Casa do Cerrado, localizada na Asa Norte, e reuniu produtores das regiões administrativas de São Sebastião, Ceilândia, Taguatinga, Lago Oeste/Sobradinho, Planaltina, Gama e Recanto das Emas.
“A gente sabe que a fruticultura é uma atividade que em pequenas áreas dá grandes ganhos e um retorno muito bom, gerando renda, empregos e aquecendo a economia local”, afirmou o secretário-executivo de Agricultura, Rafael Borges Bueno.
A produtora rural Maria Nilza da Costa foi uma das que receberam os kits. Ela cultiva frutas como laranja, manga e limão e diz estar animada para expandir a pequena produção com as novas mudas. “O apoio deles faz diferença, porque eles orientam a gente. Estou feliz da vida”, declarou.
Dois tipos de kits foram entregues: o kit Rota das Frutas, para o plantio de açaí; e o kit Sistema Agroflorestal (SAF). O primeiro, recebido por 54 famílias, é composto por 26 sacos de 25 kg do adubo orgânico tipo cama de frango, sete sacos de 25 kg de calcário e três sacos de 40 kg de termofosfato magnesiano. Já o segundo, entregue para 50 famílias, contém os mesmos itens do primeiro, mais um kit com 80 mudas de limão, 32 de abacate e 20 de baru.
Com uma produção de frutas e hortaliças orgânicas em São Sebastião, a produtora rural Armina Felix da Cunha descreve esse apoio como essencial. “São órgãos importantíssimos para a gente, assentado da reforma agrária, porque são eles que nos dão assistência e apoiam nessas produções. Isso é um incentivo para a gente produzir ainda mais, de forma orgânica e agroecológica.”
Ainda segundo ela, além da expansão da plantação, os kits vão ajudar na correção do solo. “Vão vir vários adubos, então eu fiquei muito feliz, porque é o alimento da terra que vai ajudar a planta a crescer. É um kit completo para a gente e chegou na época boa, das chuvas”, acrescenta a produtora.
A emenda de R$ 200 mil para a aquisição de adubos, insumos e mudas veio por meio do deputado distrital Thiago Manzoni. De acordo com Bueno, as mudas recebidas vão dar para plantio de cerca de 0,4 hectare, uma quantidade suficiente para se iniciar um pomar.
Açaí no DF
O plantio de açaí que tem sido feito no DF também foi um destaque no evento, incentivado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), que distribuiu mudas de uma espécie da fruta adaptada para o Cerrado.
Há mais de um ano o produtor rural Abrão Clementino de Sá cultiva açaí em sua propriedade, que fica no assentamento de Ceilândia. Ele começou a produção com as mudas fornecidas pela Embrapa e reforçou a importância das orientações em relação à irrigação na produção.
“Ajuda muito. Esse é um incentivo muito bom para o produtor rural, porque, às vezes, a gente tem dificuldade de adquirir esses insumos para o plantio e com isso aí a gente vai ficar um pouco mais animado”, comenta.
Presente na entrega dos kits, o presidente da Emater, Cleison Duval, ressaltou o papel de preparação e assistência da empresa pública junto aos pequenos produtores rurais, além de apontar o DF como um importante produtor de frutas, com grandes áreas de plantação de banana (220 hectares), goiaba (350 hectares), uva (85 hectares), tangerina (60 hectares) e limão (200 hectares).
“Nós temos um projeto prioritário, que é desenvolver a cadeia produtiva da fruticultura aqui, porque nós somos grandes consumidores e produtores. E isso é reflexo da parceria dos produtores com os técnicos da Emater, porque é o dia a dia. É nas visitas que a gente está ensinando e acompanhando a produção. Nosso cinturão verde é muito forte para atender os cinco milhões de habitantes do DF e Entorno. Então veio com mais um incentivo para que eles possam incrementar a sua produção e ter uma renda maior na sua propriedade, porque fruta com certeza dá uma rentabilidade maior para as famílias”, observa.