07/07/2017 às 07h51min - Atualizada em 07/07/2017 às 07h51min

O espetáculo se repete: O espezinhamento da Polícia Civil

A esquerda, com ajuda do Ministério Público, fomenta a usurpação das funções da Polícia Civil, prioriza a força que cumpre ordens sem questionar – preparar, apontar e fogo no povo! – e se especializou na arte de cortejar os poderosos.

Por Miguel Lucena
Por Miguel Lucena

A esquerda sempre teve uma certa admiração pela marginalidade e uma de suas manifestações, a delinqüência, tanto que Iósif Djugachvíli, o famoso Stálin, ditador comunista que governou a União Soviética com mão de ferro por 30 anos (1923 a 1953), orgulhava-se de suas ações clandestinas na juventude, quando realizava na Geórgia inúmeras expropriações de capitalistas usando bandos de criminosos comuns (Stephen Kotkin, em Stálin – Paradoxos do poder).

 

A simpatia desse espectro político com a marginalidade é proporcional à antipatia que nutre pela força policial, principalmente a encarregada de investigações acerca de ações criminosas.

 

O plano da esquerda era transformar as polícias Civil e Federal num departamento do Ministério Público, sob o comando de promotores, passando os delegados a auxiliares ou mesmo a carreiras em extinção. Lembro-me que o lema no PT era “todo poder ao Ministério Público”, como se fosse a instituição acima do bem e do mal.

Como não conseguiu o intento, a esquerda, por onde passa, promove uma política de terra arrasada contra a Polícia de Investigação, deixando-a à míngua e fazendo manobras para esvaziar suas atribuições. É uma espécie de assédio moral, praticado com a ajuda de carreiristas e aventureiros, como é típico em ambientes de poder.

Quando cheguei para assumir o cargo de Delegado de Polícia do Distrito Federal, tive de levar meu computador para a 6ª Delegacia, no Paranoá, e, de quebra, levei também a impressora HP e os cartuchos, porque o governo tinha comprado umas impressoras sem a tinta. As viaturas estavam caindo aos pedaços. O prédio da DP não podia ver chuva, que inundava. Havia dois salários diferentes para os mesmos delegados, tudo por artimanha de um governo de esquerda.

 

O espetáculo se repete. A esquerda, com ajuda do Ministério Público, fomenta a usurpação das funções da Polícia Civil, prioriza a força que cumpre ordens sem questionar – preparar, apontar e fogo no povo! – e se especializou na arte de cortejar os poderosos.

 

Com a paridade histórica com a Polícia Federal negada, os policiais civis do DF continuam trabalhando heroicamente, com índice de resolução de crimes violentos atingindo 60%, o maior da América Latina e um dos maiores do mundo. A Polícia Civil do Rio de Janeiro, de onde veio o atual secretário de Segurança, não consegue resolver mais de 4% dos crimes.

 

Atualmente, um agente de classe especial ganha salário bruto de R$ 85 por hora de trabalho e líquido de R$ 63; o policial novinho recebe bruto por hora R$ 54 e líquido, R$ 45. Não dá nem para pagar a diarista, que cobra R$ 150.

Só o nosso amor pela Instituição impedirá que minguem as nossas forças!

 

Miguel Lucena – Delegado da PCDF e Jornalista


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »