A Polícia Civil de Goiás indiciou o vereador de Planaltina de Goiás, Professor Lincon Albuquerque (Cidadania), por injúria racial. Durante uma sessão da Câmara, em 13 de novembro, ele imitou sons parecidos com gritos de um macaco ao se referir ao parlamentar Carlim Imperador (Pros), que é negro.
Os vereadores discutiam durante a votação de um projeto (a implantação ou não de uma loteria na prefeitura), quando um terceiro parlamentar tenta conter o debate. Em determinado momento, Lincon imita o animal. Durante a situação, os membros ficaram em silêncio.
A reportagem tentou contato com Lincon pelas redes sociais, mas não teve retorno. Carlim, por sua vez, se manifestou por nota nesta segunda (15), por meio de seu advogado, Paulo Henrique Gonçalves. “Este desdobramento não apenas reflete a infelicidade pessoal que vivenciei em 13 de novembro de 2023, mas também evidencia a sensibilidade institucional diante do ocorrido.” Para ele, a Polícia deu um passo importante, que representa “um avanço significativo para que situações envolvendo o racismo e a injúria racial não se repitam”.
No relatório que indiciou o parlamentar, o delegado José Antônio Machado Sena afirmou que “resta comprovada a materialidade do delito, bem como há indícios suficientes de autoria”. O documento é do fim de dezembro e foi enviado ao Ministério Público de Goiás (MPGO), que pode ou não indiciar o vereador.
Saiu em defesa do vereador Lincon
Alguns dias após o caso, o presidente da Câmara Municipal de Planaltina da Goiás, Raimundo Good’s negou que o vereador Professor Lincon, que foi filmado imitando sons parecidos com gritos de um macado, se dirigiu ao parlamentar Carlim Imperador. “De forma alguma o vereador professor Lincon se dirigiu ao vereador Carlim imperador com injúrias raciais. Foi apenas um mal entendido, os vereadores que estavam presentes estão para atestar isso”, saiu em defesa do colega.
De acordo com ele, se tivesse acontecido algo do tipo, “na condição de presidente da Câmara Municipal de Planaltina, teria tomado as medidas cabíveis. Pois a Câmara Municipal, assim como seu representante, não coaduna com esse tipo de conduta”.