01/02/2024 às 07h14min - Atualizada em 01/02/2024 às 07h14min

Oposição acusa Moraes de perseguição política, após reunião com Pacheco

Segundo o vice-líder da oposição, Eduardo Girão (Novo-CE), foi pedido no encontro que Pacheco tratasse com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre a votação da PEC do fim do foro privilegiado, parado na Casa Baixa desde 2017

​Em discurso, à tribuna, senador Eduardo Girão (Novo-CE). - (crédito: Jefferson Rudy/Agência Senado)

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) acusou, nesta quarta-feira (31/1), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de estar perseguindo politicamente a família do ex-presidente, após a Polícia Federal (PF) cumprir um mandado de busca e apreensão contra o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) na segunda (29).

Segundo a PF, uma conversa identificada no WhatsApp entre a ex-assessora de Carlos, Luciana Almeida, e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) — representado pela assessora Priscilla Silva, na época em que ele era chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) —, mostra que o vereador usava interlocutores para ter acesso a investigações sigilosas da corporação.

 “Eles [PF] chegaram e o vereador Carlos Bolsonaro entregou espontaneamente seus dois celulares e um ipad que ele tinha, se não me engano. (...) Se discutia na primeira equipe que chegou até a residência em Angra dos Reis se iriam apreender os celulares dos quatro políticos: o vereador, que era o alvo oficial, ex-presidente Bolsonaro, senador Flávio Bolsonaro, e deputado Eduardo Bolsonaro. Quando o alvo era apenas o Carlos. Por que isso?”, disse Flávio à imprensa.

Flávio e os senadores Eduardo Girão (Novo-CE), Izalci Lucas (PSDB-DF), Tereza Cristina (PP-MS), Marcos do Val (Podemos-ES), Carlos Portinho (PL-RJ), Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e Márcio Bittar (União-AC) se reuniram com o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para pedir uma posição mais firme em relação às operações da última semana que envolveram os deputados Carlos Jordy (PL-RJ), por suposta participação nos bloqueios dos caminhoneiros após o segundo turno das eleições, e Alexandre Ramagem (PL-RJ), por ter envolvimento com uma “Abin paralela” que espionava autoridades, parlamentares e jornalistas.

Segundo o vice-líder da oposição, Eduardo Girão, uma das pautas tratadas na reunião seria a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do fim do foro privilegiado, que aguarda votação na Câmara desde 2017, quando foi aprovada pelos senadores.

A oposição estaria usando as últimas operações da PF mirando nos parlamentares do PL para andar com outras pautas que estavam paradas, como a PEC que fixa um mandato para ministros do STF.

De acordo com o líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), o grupo aguarda uma resposta de Pacheco até a sexta (2/2) sobre o que pode ser feito para “reafirmar as prerrogativas do parlamento brasileiro, resguardá-lo e equilibrar o processo democrático”.


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