O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) acusou, nesta quarta-feira (31/1), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de estar perseguindo politicamente a família do ex-presidente, após a Polícia Federal (PF) cumprir um mandado de busca e apreensão contra o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) na segunda (29).
Segundo a PF, uma conversa identificada no WhatsApp entre a ex-assessora de Carlos, Luciana Almeida, e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) — representado pela assessora Priscilla Silva, na época em que ele era chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) —, mostra que o vereador usava interlocutores para ter acesso a investigações sigilosas da corporação.
“Eles [PF] chegaram e o vereador Carlos Bolsonaro entregou espontaneamente seus dois celulares e um ipad que ele tinha, se não me engano. (...) Se discutia na primeira equipe que chegou até a residência em Angra dos Reis se iriam apreender os celulares dos quatro políticos: o vereador, que era o alvo oficial, ex-presidente Bolsonaro, senador Flávio Bolsonaro, e deputado Eduardo Bolsonaro. Quando o alvo era apenas o Carlos. Por que isso?”, disse Flávio à imprensa.
Flávio e os senadores Eduardo Girão (Novo-CE), Izalci Lucas (PSDB-DF), Tereza Cristina (PP-MS), Marcos do Val (Podemos-ES), Carlos Portinho (PL-RJ), Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e Márcio Bittar (União-AC) se reuniram com o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para pedir uma posição mais firme em relação às operações da última semana que envolveram os deputados Carlos Jordy (PL-RJ), por suposta participação nos bloqueios dos caminhoneiros após o segundo turno das eleições, e Alexandre Ramagem (PL-RJ), por ter envolvimento com uma “Abin paralela” que espionava autoridades, parlamentares e jornalistas.
Segundo o vice-líder da oposição, Eduardo Girão, uma das pautas tratadas na reunião seria a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do fim do foro privilegiado, que aguarda votação na Câmara desde 2017, quando foi aprovada pelos senadores.
A oposição estaria usando as últimas operações da PF mirando nos parlamentares do PL para andar com outras pautas que estavam paradas, como a PEC que fixa um mandato para ministros do STF.
De acordo com o líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), o grupo aguarda uma resposta de Pacheco até a sexta (2/2) sobre o que pode ser feito para “reafirmar as prerrogativas do parlamento brasileiro, resguardá-lo e equilibrar o processo democrático”.