As falas de Bolsonaro foram encontradas em vídeos recuperados no computador do ex-ajudante de ordens dele, Mauro Cid - (crédito: Reprodução/Youtube Flow Podcast)
Em reunião com vários ministros enquanto ainda era presidente, Jair Bolsonaro questionou a imparcialidade dos ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Roberto Barroso. O encontro ocorreu antes das eleições de 2022.
As falas de Bolsonaro foram encontradas em vídeos recuperados no computador do ex-ajudante de ordens dele, Mauro Cid, que foi apreendido pela PF. Trechos das conversas, divulgado em documento pelo STF, mostram que Bolsonaro queria mais ação de membros do governo na disseminação de informações falsas sobre as urnas eletrônicas.
A reunião com ministros do governo ocorreu em 5 de julho de 2022, antes mesmo do primeiro turno das eleições e Bolsonaro se mostrou apreensivo sobre as pesquisas de intenção de voto, que mostravam Luiz Inácio Lula da Silva com chance de vencer.
"O DataFolha continua ... é ... mantendo a posição de 45% e, por vezes, falando que o Lula ganha no primeiro turno. Eu acho que ele ganha, sim. As pesquisas estão exatamente certas. De acordo com os números que estão dentro dos computadores do TSE. Né? E ... Eu tô ... Eu tenho que ter bastante calma, tranquilidade, e vou entrar em detalhes com vocês daqui a pouco", disse Bolsonaro na data.
A reunião tinha como finalidade "mostrar o que estava acontecendo" e coagir os ministros e todos os presentes para agir na desinformação sobre as urnas.
"Porque os cara tão preparando tudo, pô! Pro Lula ganhar no primeiro turno, na fraude. Vou mostrar como e porquê. Alguém acredita aqui em FACHIN, BARROSO, ALEXANDRE DE MORAES? Alguém acredita? Se acreditar levanta o braço! Acredita que eles são pessoas isentas, tão preocupado em fazer justiça, seguir a Constituição? De tudo que são ... Tão vendo acontecer?", afirmou Bolsonaro.
Bolsonaro chega a falar também sobre a reunião com embaixadores que iria realizar na semana seguinte para "mostrar o que tá acontecendo".
Vale lembrar que foi essa reunião em questão que foi alvo do processo de ilegibilidade de Bolsonaro, julgado e definido em junho de 2023.