09/07/2017 às 17h56min - Atualizada em 09/07/2017 às 17h56min

Nove em cada 10 eleitores não têm candidato ao GDF

Levantamento produzido com exclusividade ao Correio destaca alta rejeição a eventuais candidatos ao Buriti. A administração de Rollemberg é reprovada por 67% dos entrevistados

Correioweb

 

O eleitor brasiliense está desiludido com a classe política e pessimista em relação ao futuro da cidade. Entre os cidadãos da capital federal, 91% ainda não sabem responder em quem votariam na disputa pelo Governo do Distrito Federal, o que mostra um cenário de indefinição na corrida eleitoral de 2018. Os moradores de Brasília rejeitam a maioria dos que já se articulam nos bastidores para concorrer ao Palácio do Buriti, mas não conseguem citar possíveis nomes novos, capazes de angariar votos no ano que vem.

 

A dura realidade para a classe política do DF é revelada por uma ampla pesquisa entre os eleitores, elaborada com exclusividade para o Correio Braziliense. O levantamento foi realizado pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados. Os pesquisadores ouviram 1.000 pessoas em 23 regiões administrativas. A margem de erro é de três pontos percentuais, em um intervalo de confiança de 95%. As entrevistas foram realizadas entre 1º e 5 de julho.

 

 

 

 

Nesse clima de pessimismo e rejeição, a avaliação do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) sofre um baque. Entre os entrevistados, 67% consideram a gestão do chefe do Executivo como ruim (18%) ou péssima (49%); e 31% classificam o governo Rollemberg como ótimo (2%), bom (7%) ou regular (22%). Na divisão por faixa etária, os eleitores mais jovens, de 16 a 24 anos, e os mais idosos, acima de 60 anos, são os que têm uma melhor avaliação da administração do socialista.


As estatísticas revelam ainda que o eleitor está pessimista: 50% dos consultados acreditam que, daqui até o fim do mandato, a gestão Rollemberg vai piorar, 31% acham que a situação fica como está, 14% apostam em melhora, e 5% não souberam responder.

As estatísticas trazem algumas boas notícias para o governador. Dos temas analisados, alguns dos principais programas do GDF estão entre os que tiveram a melhor avaliação do eleitorado. A regularização de lotes, por exemplo, é aprovada por 17,8% dos entrevistados — tema com maior índice de aprovação. Já o ajuste nas contas públicas, com corte de gastos e suspensão de reajustes, tem o aval de 8,5% do eleitorado. 

Contas públicas

Segundo a pesquisa, a gestão vai mal, principalmente, no combate ao desemprego: o brasiliense demonstrou preocupação com a falta de postos de trabalho e só 2,3% dos consultados pelo levantamento aprovam a atuação do governo no combate ao desemprego. A segurança pública é aprovada por apenas 4,4% dos moradores da cidade e a saúde, por 4,9%.

A pesquisa desvendou ainda quais são os principais problemas do Distrito Federal atualmente. A saúde é a grande inquietação dos moradores da capital para 32,4%. Em segundo lugar, aparece a segurança pública, citada por 21,5% dos entrevistados. A falta de trabalho é o terceiro problema, mencionado por 14,8% do total. Educação, corrupção, inflação, transporte público, crise hídrica são outros temas que apareceram durante o levantamento.

Crise política

 

 

 

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A situação, entretanto, não é boa para nenhum político. Entre os mencionados, todos tiveram rejeição acima de 60%. O maior percentual é o de Rollemberg. Entre os entrevistados, 73,3% não votariam novamente no governador de jeito nenhum. Bispo Rodovalho (PP) e Chico Leite (Rede) aparecem na sequência, com rejeição de 70,9% e 70,6%, respectivamente. Entre os consultados na pesquisa, 68,9% não votariam em Érika Kokay (PT) e 67,2%, em Joe Valle (PDT).


Até mesmo o senador Reguffe (sem partido) tem rejeição em um patamar superior a 60%: segundo a pesquisa, 62,8% dos entrevistados não votariam no parlamentar. Jofran Frejat (PR) e Cristovam Buarque (PPS) tiveram os índices mais baixos de rejeição: 62,7% e 60,7%, respectivamente.

 

 

 

 


O diretor-executivo do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados, Max Stabile, diz que as informações do levantamento revelam “um quadro de rejeição e de indefinição”. Para ele, a pesquisa indica ainda um espaço amplo para o surgimento de novos nomes. “Os dados mostram uma situação de desconhecimento, de punição e de pessimismo”, afirma o cientista político.

"Os dados mostram uma situação de desconhecimento, de punição e de pessimismo” 
Max Stabile, diretor-executivo do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados


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