Os mediadores, capitaneados por representantes do Catar, dos Estados Unidos e do Egito, intensificaram as negociações por um plano de paz para uma trégua em Gaza. Para tentar romper o impasse, o assessor do presidente dos EUA para o Oriente Médio, Brett McGurk, desembarcou no Egito, em busca de um acordo. Apesar dos esforços do grupo, Israel bombardeou ontem a Faixa de Gaza, atingindo as cidades de Rafah e Khan Yuynis.
A primeira etapa do plano prevê uma trégua de seis semanas, troca de reféns por prisioneiros palestinos, detidos em Israel, e a entrada de comboios de ajuda humanitária em Gaza. "Queremos chegar a um acordo o mais rápido possível", disse o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller.
O Hamas amplia a lista de exigências para um cessar-fogo. O grupo terrorista cobra a retirada das tropas israelenses da Faixa de Gaza, o fim do bloqueio israelense imposto desde 2007 e a criação de áreas seguras para as centenas de milhares de pessoas deslocadas pela guerra.
Os israelenses, por sua vez, endurecem a resistência sob o ponto de vista político. O Parlamento israelense aprovou anteontem, por ampla maioria, uma resolução proposta pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu contra qualquer "reconhecimento unilateral de um Estado palestino", que, segundo o texto, equivaleria a recompensar "o terrorismo sem precedentes" do Hamas.
As cidades de Rafah e Khan Yuynis, em Gaza, foram alvos ontem da aviação israelense, que lançou uma dezena de bombardeios na região. Os ataques ocorrem em meio às negociações para um cessar-fogo e ao alerta da Organização das Nações Unidas (ONU) de que 2,2 milhões dos quase 2,4 milhões de habitantes do território estão ameaçados pela fome.
O Banco Mundial alertou, ontem, que os moradores de Gaza "viverão na pobreza" a curto prazo em decorrência de uma forte contração da economia de mais de 80% no quarto trimestre de 2023 em relação ao trimestre anterior. O banco anunciou o repasse de US$ 30 milhões de dólares (cerca de R$ 148 milhões) para a educação das crianças. Segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlado pelo Hamas, pelo menos 29.410 pessoas morreram desde o início da guerra, em 7 de outubro do ano passado.