A vacinação contra a dengue no Distrito Federal pode ganhar uma nova faixa etária. O governo estuda ampliar a imunização para o público de 12 anos nos próximos dias. Atualmente, apenas as crianças de 10 e 11 anos estão sendo vacinadas, seguindo a determinação do Ministério da Saúde desde a chegada dos imunizantes, quando a capital federal recebeu o total de 71.708 doses.
O acréscimo do novo público alvo está sendo analisado devido a diminuição da procura da atual faixa etária. Até este sábado, 24 mil crianças de 10 e 11 anos haviam sido vacinadas contra a dengue, um número abaixo do esperado. A incorporação de uma nova idade tem o objetivo de garantir que as vacinas sejam aplicadas, já que o DF conta com mais de 45 mil doses ainda disponíveis com validade até 30 de abril e a população de 12 anos da capital representa cerca de 35 mil crianças.
“Recebemos 71 mil doses e até hoje eu tenho 24 mil vacinas realizadas. O que precisamos é que nenhuma vacina fique (parada) na geladeira”, afirmou a secretária de Saúde do DF, Lucilene Florêncio, durante a oitava edição do Dia D de Combate à Dengue, no Sol Nascente/Pôr do Sol.
Segundo a titular da pasta, por meio do Programa Nacional de Imunização, o Ministério da Saúde liberou que cada estado fizesse a gestão das doses recebidas. “Então, estou monitorando diariamente. Temos percebido uma diminuição da procura e, se houver essa permanência, vamos passar para crianças de 12 anos, não mais do que isso, pela quantidade de doses”, revelou. Não há, por enquanto, previsão de envio pelo governo federal de novas vacinas.
Estratégia de prevenção
A imunização contra a dengue teve início no DF em 9 de fevereiro. A capital federal foi uma das primeiras unidades da federação a receber as doses do governo federal. São 67 pontos de vacinação disponíveis e que podem ser verificados no site da Secretaria de Saúde.
Para a vacinação, os jovens devem comparecer acompanhados dos pais ou responsáveis com a carteira de identidade ou com certidão de nascimento. A imunização não é indicada para indivíduos com imunodeficiência congênita ou adquirida, incluindo aqueles em terapias imunossupressoras, com infecção por HIV sintomática ou com evidência de função imunológica comprometida, e pessoas com hipersensibilidade às substâncias listadas na bula.
O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público. A Qdenga, produzida pelo laboratório Takeda, foi incorporada ao SUS em dezembro do ano passado, após análise da Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec).
A vacina é apenas mais um dos instrumentos na estratégia de combate à dengue. O governo continua mantendo as demais ações de enfrentamento, como a inspeção domiciliar, recolhimento de lixo e entulho e ampliação do acesso ao atendimento. Também cabe à população participar da prevenção, observando os possíveis criadouros dentro e fora de casa para o mosquito Aedes aegypti, e procurando uma unidade básica de saúde ou as tendas em caso de sinais da doença.