O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu uma nota técnica sobre os riscos geo-hidrológicos para o Rio Grande do Sul com a previsão meteorológica e análise de riscos para o período entre os dias 10 a 13 de maio.
O documento foi feito em parceria Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
"O avanço de uma frente pelo estado de Santa Catarina e a entrada de um ar mais frio, de quadrante sul, pelo Rio Grande do Sul, irá provocar queda de temperatura no estado gaúcho e pouca chance de chuva. Contudo, ao longo do dia, esse sistema começa a recuar para o sul do estado, na forma de frente quente, deixando pouca chance de chuva volumosa, mas contribuindo para uma virada dos ventos", pontuou os órgãos que acrescentaram que essas rajadas dificultam o escoamento das águas da Lagoa dos Patos em direção ao oceano.
O documento também alerta que entre a sexta e a segunda-feira (13), as chuvas serão mais intensas no centro-leste e nordeste do estado, incluindo a região metropolitana de Porto Alegre. "Os acumulados de chuva neste período poderão superar os 150 milímetros (mm), condição que pode agravar ainda mais a situação do estado", pontuaram em nota.
Os pesquisadores também alertam que a volta da chuva para a região metropolitana e norte do estado pode aumentar o volume de água do Rio Guaíba. Conforme a previsão, a chuva volumosa deve atingir as bacias hidrográficas mais próximas à região metropolitana de Porto Alegre, como as dos rios Gravataí, rio dos Sinos e rio Caí.
Além disso, a posição dos ventos na Lagoa dos Patos dificultará o escoamento das águas aumentando o risco de inundação dos municípios na região de Pelotas, Rio Grande e demais municípios.
O número de mortos pelas enchentes chegou a 107 e outras 136 pessoas estão desaparecidas. Pelo menos 425 dos 497 municípios gaúchos foram afetados. Mais de 165 mil pessoas estão desalojadas.