O delegado da Polícia Federal Thiago Severo de Rezende foi designado em 16 de maio para exercer o cargo de oficial de ligação junto à Europol (Agência da União Europeia para a Cooperação Policial), em Haia, na Holanda, por um período de 2 anos.
Rezende foi o responsável por indiciar, agora em junho de 2024, a família acusada de hostilizar o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), no aeroporto de Roma, capital da Itália. O episódio ocorreu em julho de 2023. Até hoje as imagens não foram divulgadas porque os vídeos estão sob sigilo.
A designação de Rezende para a função na Holanda se deu em 16 de maio de 2024. Isso foi menos de 1 mês antes de o delegado decidir pelo indiciamento do empresário Roberto Mantovani Filho; da sua mulher, Andreia Mantovani; e de seu genro, Alex Zanatta, por calúnia. Os 3 são acusados de terem xingado o ministro Alexandre de Moraes de “bandido, comunista e comprado” enquanto esperavam para embarcar num voo da Itália para o Brasil.
A nova função do delegado foi assinada pelo diretor-geral da PF (Polícia Federal), Andrei Rodrigues, e publicada no DOU (Diário Oficial da União).
A missão de Rezende em Haia é descrita como transitória e será realizada com mudança de sede, transporte da mobília e bagagens. O delegado também tem o direito de ser acompanhado por seus dependentes.
Na publicação, não é informado o salário de Rezende na Europol. O Poder360 procurou a agência, a PF e o Ministério da Justiça questionando sobre o futuro salário do delegado, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.
O atual salário do delegado também não está disponível no Portal da Transparência.
ENTENDA O CASO
A PF voltou atrás e decidiu nesta 2ª feira (3.jun) indiciar a família que ofendeu o ministro Alexandre de Moraes, do STF em julho de 2023. Thiago Rezende atribuiu aos 3 o crime de calúnia, com o agravante de ter sido cometida contra um funcionário público, em razão das suas funções;
Em fevereiro, a PF havia terminado as investigações sobre o caso. À época, o delegado do caso, Hiroshi de Araújo Sakaki, não indiciou nenhum dos envolvidos.