O estudante Andrei Apolonio foi a Corregedoria Interna da Polícia Civil (Coinpol) nesta quarta-feira (19) para prestar depoimento sobre o caso em que afirma ter sido agredido por um policial civil por motivações homofóbicas, dentro da 81ª DP (Itaipu), em Niterói, na última quinta-feira (13).
Andrei disse em entrevista na sede do programa estadual Rio Sem Homofobia, também nesta quarta, que não tem conseguido dormir desde o ocorrido, e que só vai descansar quando algo for feito.
O coordenador do programa, Fabiano Abreu, reforçou a disponibilidade da Secretaria de Direitos Humanos e Políticas para as Mulheres e Idosos para prestar apoio jurídico, social e psicológico necessário à vítima e à família.
No encontro, o Rio Sem Homofobia ainda disse que solicitará à viação Pendotiba imagens internas do ônibus, pois, segundo o jovem, ele foi furtado em um coletivo da empresa. Após este furto ele teria comparecido à delegacia onde diz ter sido agredido. O programa também notificará o Hospital Mário Monteiro, onde Andrei foi atendido, e às autoridades de segurança solicitando imagens das câmeras de vigilância para auxiliar no esclarecimento do caso.
"Agressões como essa são inaceitáveis e reforçam a necessidade da luta contra os casos de LBGTfobia. Nós vamos não só prestar todo o apoio necessário à vítima, mas também iniciaremos um trabalho de conscientização dentro dos órgãos públicos sobre o tema.", diz Fabiano em nota.
Participaram do encontro, representantes das Comissões de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro e da Câmara Municipal de Niterói, que estão acompanhando o caso de Andrei, e oferecendo suporte à vítima no decorrer do processo.
O reconhecimento dos policiais ainda não foi feito, porém a Coinpol afirma que está investigando o caso.
Amigos do estudante estão convocando para um ato contra homofobia e violência do estado para o próximo dia 27, a partir das 16h, na Praça Arariboia, em Niterói, seguindo em direção a Praça da Cantareira, em São Domingos.
Andrei, de 23 anos, calouro de Artes na UFF, conta que comemorava o fim do primeiro período na Universidade Federal Fluminense com amigos na última quarta-feira (12), e no percurso de volta para casa adormeceu no ônibus. Quando acordou, por volta de 4h da manhã, se deu conta de que seu celular havia sido furtado. Em seguida, ainda de acordo com o estudante, se dirigiu a 81ª DP de Itaipu para fazer o registro de ocorrência, quando foi agredido verbalmente e fisicamente pelo policial de plantão na madrugada de quinta.