Em meio a uma guerra com a CBF que já teve pedido de renúncia do presidente e acusação de manipulação no futebol brasileiro, John Textor, dono da SAF Botafogo, tenta um caminho de mediação.
Está marcada uma reunião em 15 de agosto de “pré-mediação” com a CBF. Esse procedimento externo aconteceu por iniciativa do cartola do Botafogo.
A existência da reunião fez com que um dos processos contra Textor no Pleno do STJD fosse retirado de pauta nesta quarta-feira (10).
Ele seria julgado por originalmente dizer, sem mostrar provas, que tinha gravações de árbitro afirmando que não recebeu propinas prometidas. Durante o inquérito que gerou essa denúncia contra ele, Textor deveria ter apresentado a gravação ao tribunal, mas se recusou na ocasião.
A pré-mediação com a CBF é uma tentativa de apaziguar os ânimos, com intermediação, depois das falas de Textor após a partida entre Botafogo e Palmeiras, ainda no Brasileirão 2023.
Revoltado com a virada e a expulsão de Adryelson no jogo, Textor disse que o presidente Ednaldo Rodrigues deveria renunciar e citou corrupção.
“O mundo todo viu, isso não é cartão vermelho. Ele (Adryelson) pegou a bola primeiro. Não tenho certeza nem se foi falta. Mas não é cartão vermelho, ele mudou o jogo. Isso é corrupção, isso é roubo. Por favor, me multa, Ednaldo, mas você precisa renunciar amanhã de manhã. É isso que precisa acontecer. Esse campeonato se tornou uma piada”, disse Textor, em novembro de 2023.
Por essas falas específicas, Textor já foi julgado e condenado no STJD em todas as instâncias. Ele pegou 45 dias de suspensão e R$ 100 mil de multa.
Mas como houve outras ocorrências que colocam a credibilidade do Brasileirão em xeque, o dono da SAF Botafogo continuou no olho do furacão e sujeito a mais punições.
TEM MAIS PROCESSO PELA FRENTE
Houve mais um inquérito, encerrado semana passada, envolvendo John Textor e as acusações de manipulação.
Ele considera os relatórios da Good Game apresentados por Textor e alardeados como suposta prova de favorecimento ao Palmeiras.
O relator do caso, Mauro Marcelo de Lima, defendeu que as provas apresentadadas por Textor são “imprestáveis”.
Sendo assim, recomendou uma suspensão de seis anos de duração e multa de R$ 2 milhões. É que, segundo ele, as acusações de Textor abrangem sete entidades esportivas, nove jogadores e nove árbitros.