09/08/2024 às 06h49min - Atualizada em 09/08/2024 às 06h49min

Surto de diarreia aguda em Goiás: entenda o que é a doença, tratamento e prevenção

"Na maioria das vezes, DDA é autolimitada e tem uma tendência de recuperar com medidas básicas de reidratação e uma alimentação mais leve", explica médico

​Surto de diarreia aguda em Goiás: entenda o que é a doença, tratamento e prevenção (Foto: Marcello Casal Jr. - Agência Brasil)

Goiás registrou 2.363 casos de doença diarreica aguda (DDA) em 12 cidades goianas, segundo a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO). Para saber mais sobre a enfermidade, a reportagem conversou com o cirurgião do aparelho digestivo, Antenor Couto, que falou sobre a DDA, tratamento e prevenção.

De acordo com ele, de fato foi percebido um aumento na procura de pacientes com sintomas de diarreia e vômito. “O termo técnico é gastroenterite. Normalmente, diarreia aguda é um quadro de manifestações intestinais, com diarreia, vômito, cólica, que se inicia de forma súbita e dura em média de três a sete dias. Na maioria das vezes, é autolimitada e tem uma tendência de recuperar com medidas básicas de reidratação e uma alimentação mais leve”.

Ele explica que existem muitos agentes causadores, como vírus, sendo o mais comum o rotavírus, e bactérias. No segundo caso, trata-se da Escherichia coli ou Ecoli. “Essa bactéria normalmente pode habitar o intestino de algumas pessoas sem causar nenhum dano. Porém, existem algumas cepas que são nocivas e, ao entrarem em contato com essa bactéria, vêm os sintomas da gastroenterite.” Neste caso, há um processo inflamatório no intestino, que gera dor abdominal e aumento das evacuações, podendo causar prostração, febre baixa e vômitos.

É possível, segundo o médico, ter contato com a bactéria por meio de alimentos e água contaminados, ou por contato mais íntimo com pessoas que já estão com a doença. Por isso, ele recomenda que lave bem os alimentos e se atente aos cuidados de higiene pessoal – para evitar resíduos fecais.

Em relação ao aumento coincidir com a volta as aulas, ele revela que crianças são fonte de contaminação, pois podem ter contato com essa bactéria e transmitir para outras pessoas da família. “Para crianças, assim que começa a ter os sintomas, o ideal é procurar atendimento médico, porque, às vezes, a hidratação oral não é suficiente, necessitando de uma hidratação venosa. No caso de adultos, é possível tentar a hidratação oral com o uso de água e isotônicos (água de coco, por exemplo).”

Nos casos em que não há melhora após 48h, é preciso procurar atendimento médico, pois pode ser o caso do uso de antibióticos. E se estiver tendo muita dor abdominal e vômitos, Antenor Couto diz que podem ser receitados remédios para ajudar no controle, além de repositor de flora. Tudo com orientação médica.

Surto
A SES-GO informou, na quarta-feira (7), que investiga, acompanha e realiza ações de controle ao surto de doença diarreica aguda em 12 cidades goianas. A ação ocorre em parceria com a Saneago, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e municípios.

Segundo a SES, o município com maior número de casos é Campos Belos: foram 1.130 registrados de junho até agosto. Além da cidade, os registros também começaram em Cavalcante e Monte Alegre. Outros municípios com surtos ativos são: Minaçu, São Miguel do Araguaia, Nova Crixás, Aruanã, Britânia, Diorama, Palmeiras de Goiás, Cachoeira Alta e Goiatuba.

Ao todo, são 2.363 nos 12 municípios. A SES acredita que o número possa aumentar entre agosto e setembro, mas já mobiliza equipes para investigar possíveis agentes causadores da doença, monitorar a situação e implementar medidas de controle.


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