30/08/2024 às 05h17min - Atualizada em 30/08/2024 às 05h17min

Reconciliação de Marçal e Carlos Bolsonaro pode esvaziar campanha de Nunes

Com a família do ex-presidente acenando uma trégua ao ex-coach, o atual prefeito pode ter uma debandada na campanha. Marçal cresceu nas pesquisas de intenção de voto

​Família Bolsonaro faz aceno a Pablo Marçal e Ricardo Nunes pode ver sua campanha encolher. - (crédito: RS via Fotos Públicas)

Com o crescimento de Pablo Marçal (PRTB) nas intenções de voto para a Prefeitura de São Paulo, a família do ex-presidente Jair Bolsonaro passou a fazer acenos ao ex-coach. Mesmo com a série de farpas trocadas entre o candidato e o ex-chefe do Executivo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL), mudaram o tom na relação a Marçal.

"Conversei há pouco com Pablo Marçal, foi muito educado e bacana comigo. Expusemos nossos pontos e fico feliz em ter a consciência que queremos rumar nas mesmas direções quando falamos de Brasil. Deixo aqui meu fraterno abraço a Pablo e que saíamos todos mais fortes para um Brasil que os brasileiros desejam", escreveu Carlos no X.

A avaliação entre as campanhas dos adversários é que a mudança de chave no discurso da família serve como orientação para a militância evitar ataques ao ex-coach, além de indicar uma autorização para a debandada dos últimos bolsonaristas que se mantinham no apoio à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

A reaproximação com Marçal foi promovida pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que era um defensor do apoio de Bolsonaro ao ex-coach, pois, para ele, o atual prefeito éconsiderado "pouco bolsonarista" e chamado por alguns apoiadores do ex-presidente de "comunista".

Com a queda dos números do prefeito, registrado nas últimas pesquisas de intenção de voto, a expectativa é que apoiadores de Bolsonaro comecem a se engajar mais ativamente na campanha do candidato do PRTB.
Novos rumos

Com a debandada de bolsonaristas, integrantes do PL devem fazer vista grossa para candidatos da legenda que, no lugar de pedir votos para o prefeito, façam suas campanhas defendendo a candidatura do ex-coach. Quem abriu a divergência na coligação de apoio a Nunes foi a ex-deputada Joice Hasselmann (Podemos).

Ela disputa por uma vaga na Câmara Municipal e postou um vídeo nas redes sociais contando que conversou com a presidente do seu partido, a deputada Renata Abreu (SP), e explicou os motivos para apoiar Pablo Marçal.

Em uma demonstração do alinhamento com a família Bolsonaro, o ex-coach desdenhou o apoio dado por Joice Hasselmann. “Quero não, valeu! Nunes, segura que esse b.o. é teu!”, disse sobre o vídeo em que ela declara voto nele.

Em uma entrevista para a GloboNews, na última segunda (26/8), Marçal disse que Bolsonaro “é o maior líder”. "Não quero tomar nada do Bolsonaro. Ele é o maior líder e ninguém vai tirar isso dele. Eu não quero esse peso, de ser o cara. Quero servir o povo de São Paulo".

Um levantamento realizado pelo Datafolha, comprova a migração do bolsonarismo de Nunes para Marçal. Em uma pesquisa do início do mês, o atual prefeito liderava entre os eleitores que se declararam bolsonaristas da cidade de São Paulo, com 38% das intenções desse público, enquanto o ex-coach registrava 29% da preferência desse grupo.

Em um novo levantamento, do mesmo instituto, realizado entre os dias 20 e 21 de agosto, o candidato do PRTB ampliou para 44% da preferência nesse público, enquanto Nunes encolheu para apenas 30% da preferência entre os eleitores que votaram em Bolsonaro em 2022. 

 
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