Em inspeção no Hospital de Base, membros da CPI da Saúde do Distrito Federal encontraram nesta segunda-feira (31) equipamentos de diagnóstico parados e sem manutenção. Entre as máquinas, havia um tomógrafo desmontado e isolado em uma divisória sem porta ou qualquer outro acesso. As denúncias partiram do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde (SindSaúde). ...
O diretor do hospital, Júlio César Ferreira Júnior, afirmou que vai apurar se o tomógrafo tem condições de ser remontado e por que ele está mantido de forma “escondida”. No entanto, ele negou a denúncia do sindicato de que os aparelhos estejam em perfeitas condições de uso, sendo “afastados” para deslocar os atendimentos para a rede privada.
O Hospital de Base funciona com dois tomógrafos. O diretor da entidade diz o equipamento que está “aposentado” tinha quebrado, e não foi consertado por falta de contrato de manutenção, e que não tinha conhecimento do outro aparelho.
Questionado, Júnior disse que não sabia que o equipamento estava “escondido”. A presidente diz que o equipamento foi isolado de propósito para evitar que haja reparos, mas o hospital nega a acusação. Em maio, reportagem do G1 mostrou que já havia uma recomendação do MP para colocar o aparelho em funcionamento.
Também na unidade, a equipe pediu informações sobre o aparelho PET Scan, que está no meio do corredor, ainda na caixa, e aguarda a construção de uma sala para ser instalado. A máquina é usada para diagnóstico e tratamento de câncer e foi comprada em 2014.
De acordo com a direção do hospital, uma sala especial está sendo construída para abrigar o equipamento, que exige parede de chumbo, por exemplo. O hospital não soube informar prazo para a construção.
O equipamento começou a ser utilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em abril de 2014. A Secretaria de Saúde afirma que o equipamento foi comprado pela gestão anterior sem planejamento de instalação. Em janeiro, a pasta disse que o PET Scan iria começar a funcionar ainda no primeiro semestre de 2016.
A CPI da Saúde também identificou o não funcionamento de um dos dois aparelhos de hemodinâmica existentes no local. Ele é usado para oferecer imagens em alta definição de doenças vasculares. Desde fevereiro, o instrumento aguarda um contrato de manutenção.
Presidente da comissão, o deputado Wellington Luiz (PMDB) disse que vai cobrar explicações formais do diretor da unidade e, em último caso, do secretário de Saúde, Humberto Fonseca.
“Nós vamos investigar essas denúncias. Vamos formalizar esses questionamentos para que a gente possa ter tudo documentado. A gente espera fazer isso até amanhã e dar cinco dias, até porque são respostas fáceis a serem respondidas”, afirmou o distrital.