Brasília é conhecida em todo o país por respeitar as faixas de pedestres. O hábito fez com que a capital se tornasse referência na travessia segura das vias. Desde a instalação da primeira passagem no Distrito Federal, em 1º de abril de 1997, nas imediações da Igrejinha Nossa Senhora de Fátima, na 307/308 Sul, o quadradinho já soma 4.430 faixas de travessia nas vias urbanas, sendo 732 semaforizadas e 3.698 sem semáforo, todas com placas.
As sinalizações dos locais apropriados para a travessia das vias do DF estão presentes em todas as regiões administrativas da capital. O Plano Piloto concentra a maior parte delas: são 1.130 ao todo. Na sequência aparecem Ceilândia e Taguatinga, com 514 e 425 faixas de pedestres, respectivamente.
O respeito ao pedestre é exaltado por Elias Machado Lima, de 39 anos. O técnico em enfermagem e professor mora há 10 anos no Cruzeiro, uma das regiões administrativas do DF que recentemente receberam novas pinturas de faixas de pedestre.
“Brasília é um exemplo. É preciso haver respeito dos dois lados, tanto de quem atravessa quanto de quem dirige. A população daqui é muito bem educada; a cidade é um modelo”, diz Elias.
A preservação dos locais apropriados para uma travessia segura é promovida pelo Governo do Distrito Federal (GDF), por meio do Departamento de Trânsito da capital (Detran-DF). A manutenção das faixas de pedestres existentes é um trabalho periódico e consiste na pintura e na lavagem.
Há dois tipos de pinturas: a quente, usada em vias de maior fluxo, como o Eixo Monumental, e, por isso, com maior durabilidade; e a fria, escolhida para pistas internas das regiões administrativas.
A pintura a quente é feita com tinta termoplástica e requer um maquinário específico para sua aplicação, prolongando a vida útil da faixa. Já a pintura a frio é com tinta acrílica e pode ser aplicada em diferentes tipos de superfícies. É uma opção mais econômica e de fácil aplicação.
Desde o início do ano, a manutenção de faixas de pedestres já ocorreu nas seguintes cidades: Fercal, Varjão, Águas Claras, Cruzeiro, SIA, SCIA/Estrutural, Vicente Pires, Candangolândia, Gama, Núcleo Bandeirante, Park Way, Recanto das Emas, Riacho Fundo, Riacho Fundo II, Santa Maria, Brazlândia, Samambaia e Sol Nascente/Pôr do Sol. Nessas RA’s, os serviços já foram finalizados.
Outras regiões estão com o serviço em andamento e bem adiantado: São Sebastião, Paranoá, Taguatinga, Ceilândia e Jardim Botânico. A expectativa é que a manutenção de todas as faixas de pedestres seja finalizada até o fim setembro, antes do período de chuvas.
Novas faixas
A população pode solicitar a criação de novas faixas diretamente ao Detran (pelo site), à Ouvidoria (pelo site ou pelo número 162) ou às administrações regionais. O pedido deve conter imagens ou croquis com a localização da travessia desejada e os motivos que originaram a solicitação. A demanda é enviada aos setores de engenharia de trânsito do órgão responsável, que avaliam se os locais seguem os critérios necessários. Os serviços de pintura sempre são realizados no período noturno, para não atrapalhar o trânsito.
“É feita uma contagem para ver quantos transeuntes passam por aquele local e também é avaliado o raio de giro da área, para medir o fluxo de entrada e saída de carros”, explica Marlícia Camello, diretora de Engenharia de Trânsito do Detran-DF.
“A questão da sinalização da faixa de pedestre é fundamental para a segurança do pedestre, do ciclista e do motorista. A partir do momento que todos os usuários se respeitam, Brasília ganha esse respeito a nível nacional em relação à cultura de que a faixa de pedestre é algo muito suma importância”, destaca.