01/08/2017 às 09h46min - Atualizada em 01/08/2017 às 09h46min

Consumidor enfrenta o segundo reajuste da conta de luz em dois meses

Com adoção do regime de bandeira vermelha, usuário pagará mais R$ 3 a cada 100 kWh gastos

Jbr

Apesar de sentir no bolso somente no fim do mês, a partir de hoje o usuário vai pagar mais caro pela conta de luz, conforme anunciou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Na prática, a cobrança adicional será de R$ 3 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Vale lembrar que o reajuste chega depois de um acréscimo recente nas despesas do brasiliense. No mês passado, a população pagou R$ 2 a mais para cada 100 kWh de energia e, em outubro passado, ainda encarou aumento de 3,42% na fatura.

Em agosto, a bandeira tarifária para medir o consumo de energia elétrica será vermelha, no patamar 1, o que gera o aumento na conta. Em julho, foi amarela. Como justificativa para o acréscimo, a agência reguladora destacou o alto custo de produção energética e fez um apelo para que a população adote consumo consciente no período.
 

Ainda segundo a Aneel, um relatório do Programa Mensal de Operação (PMO) do Operador Nacional do Sistema (ONS) revelou que o valor do kWh na usina térmica mais cara em operação, a Usina Termelétrica Bahia 1, é de R$ 513,51. “Como o sinal para consumo é vermelho, os usuários devem intensificar o uso eficiente de energia elétrica e combater os desperdícios”, acrescentou a agência.

Nas ruas da capital, o reajuste não foi bem recebido pelos brasilienses. “É revoltante, uma falta de respeito com o trabalhador. Não sei mais onde economizar para diminuir minha conta de luz”, afirma a diarista Zenaide Costa, 59 anos, moradora de Brazlândia. Com a casa sempre cheia – no total, são cinco filhos e três netos – ela conta que foi pega de surpresa ao saber do acréscimo pela reportagem. “Não estava preparada para esse gasto extra. Minha conta já vem muito cara todo mês, cerca de R$ 180, porque o meu consumo é alto ”, completa.

Servente, Maria das Dores dos Santos, 53, compartilha da mesma opinião. “Soube do aumento pela mídia, mas não quis acreditar que era verdade. Na minha casa moram apenas quatro pessoas e eu pago R$ 160 de energia todo mês. É um absurdo isso”, conclui.

Zenaide Costa Foto: Myke Sena

Zenaide Costa Foto: Myke Sena


Zenaide Costa
Foto: Myke Sena

O sistema de bandeiras tarifárias é atualizado mensalmente pela Aneel, que avalia o custo da energia, o volume de chuvas e a situação dos reservatórios das hidrelétricas em todo o País. As cores verde, amarela ou vermelha (nos patamares 1 e 2) indicam se a energia custará mais ou menos em função das condições de geração de eletricidade. Bandeira vermelha, no patamar 2, gera acréscimo de R$ 3,50 a cada 100 kWh consumidos.

3 reais é o adicional a cada 100 quilowatts/hora consumidos pelo usuário brasiliense
7,17% é o reajuste aplicado pela CEB este ano, acima da inflação

Lojista teme aumento de seus custos
Gerente de uma loja de departamento na W3 Sul, Fontenelle Frota, 59, também lamenta o reajuste. Responsável por um estabelecimento de três andares, com cerca de 450 lâmpadas e vários aparelhos, ele conta que o gasto mensal com energia é de R$ 4 mil e teme o aumento na cobrança da próxima fatura.
“Meu gasto já é alto, mesmo fazendo economia. Não há como negar que essa nova despesa terá impacto dentro da loja”, afirma.

Fontenelle acrescenta que se sente desrespeitado. “Não vejo melhoria no sistema, nada é investido. É um absurdo. No meu caso é ainda pior porque não tenho como economizar pela manhã. Mesmo de dia, tenho que acender as luzes da minha loja e deixar os aparelhos, como os computadores, por exemplo, funcionando integralmente”, completa.

Segundo ele, será necessário fazer uma reunião com os responsáveis pelo comércio para analisar o impacto do aumento no fim do mês. “É importante ter o controle de qualquer mudança nas despesas, até porque pode impactar os custos finais”, conclui.

 


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