01/11/2016 às 07h34min - Atualizada em 01/11/2016 às 07h34min

Distrito Federal registra 285 casos de tuberculose somente em 2016

Tida como doença do passado, ela continua contaminando e matando no DF. Desafio é fazer com que o paciente não desista do tratamento, que é longo e exige disciplina

Correioweb
A tuberculose está associada a doenças do passado, mas não ficou para trás. Em uma década, o Distrito Federal registrou 4.407 casos do mal altamente contagioso, que exige tratamento longo e específico. Somente em 2016, ocorreram 285 novas infecções na cidade. Ceilândia e Taguatinga são as regiões administrativas que mais apresentam novos casos. Samambaia, Asa Norte e Sobradinho também se destacam nas estatísticas. Na semana passada, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou estado de alerta para ao mal, uma vez que a epidemia é “mais grave do que se pensava”, segundo a entidade. No ano passado, a cada 100 mil habitantes, 13,4 tiveram tuberculose. Ao todo, 384 pessoas se contaminaram. Um entrave entre o diagnóstico precoce e a finalização do tratamento torna o cenário mais problemático.
 
No DF, a transmissão — por via aérea — ocorre mais entre homens na faixa etária entre 25 e 44 anos. De 2010 a agosto deste ano, 1.274 pessoas tiveram de ser hospitalizadas por complicações relacionadas à doença. O Executivo local garante que a Secretaria de Saúde está habilitada para o diagnóstico e o tratamento do mal, mas não sabe precisar quanto é gasto especificamente com a tuberculose. No DF, o Hospital Regional do Gama (HRG) é a referência no tratamento. A pasta não tem cálculos de quantas mortes ocorreram relacionadas a complicações da doença. Segundo o órgão, o percentual de cura chegou a 67% dos pacientes tratados em 2015. O abandono do tratamento atingiu 4,9%, conforme dados parciais coletados até a segunda semana de outubro.

Luís (nome fictício), 47 anos, é mecânico em São Sebastião. Há cinco meses, recebeu o diagnóstico de tuberculose. “Estava tossindo muito. Não conseguia dormir direito há vários dias. Minha esposa foi quem levantou a hipótese”, conta. Após três coletas de secreção, o resultado deu positivo e o tratamento foi iniciado. “Algumas pessoas da família estranharam um pouco. Até se afastaram. É uma doença antiga e o povo fica com medo”, comenta, sem querer se identificar por causa do preconceito. Ele garante que segue as recomendações médicas. “Estou tomando os remédios certinho, mas é uma rotina complicada.”
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